segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Destrinchando a margem líquida. Tipos de empresas e considerações importantes


Aviso: esta postagem é grande, com cerca de 2600 palavras. Leia-a com calma quando tiver um tempinho sobrando (25 minutos).
Na minha metodologia de escolha das empresas que comporão meu portfólio de ações, considero a avaliação da margem líquida um dos seus pilares fundamentais. Na minha opinião, esta variável é um forte indicador da vantagem competitiva perante seus pares, bem como mostra o grau de sobrevivência que a empresa poderá ter em mercados recessivos. Este indicador é um dos que me fornece boas suposições de que a empresa poderá se tornar lucrativa no longo prazo. Baseado nisto, esta postagem tem por objetivo compartilhar com vocês os 4 tipos existentes de empresas de acordo com sua margem líquida, bem como algumas considerações extras.
Antes de adentrarmos nestes grupos, é importante esclarecer o que é margem líquida.

Considerada “a língua dos negócios” por Warren Buffett, a contabilidade e suas demonstrações financeiras são ferramentas que fornecem uma boa ideia da saúde financeira de uma empresa. Apesar de não oferecer nenhum insight do que acontece no dia a dia da companhia, as demonstrações financeiras proporcionam uma ideia geral do nível de prosperidade da empresa, mesmo que o analista nunca tenha colocado os pés no local.
Um dessas demonstrações é chamada “Demonstração de Resultado de Exercício” (DRE), que é basicamente um pequeno filme da relação entre receitas e despesas que incidiram em um determinado período (normalmente um trimestre ou ano). Colocarei abaixo um exemplo resumido de DRE de duas empresas:

Neste DRE supersimples (apenas para fins dessa postagem), a linha “Receita Líquida de Vendas” representa as vendas da empresa (a vista e a prazo) no ano de 201X. Após a dedução dos custos de produção envolvidos, apura-se o “Resultado Bruto”. Deste resultado, desconta-se as “Despesas Gerais e Administrativas” ocorridas para a empresa funcionar. Do que sobra, desconta-se o “Imposto de Renda” para descobrir qual o lucro líquido do ano. Neste exemplo, podemos perceber que a empresa A lucrou mais que a empresa B (638 mil reais contra 525 mil reais).
Voltando ao assunto da postagem, quando se fala em margem líquida, o investidor basicamente quer saber de cada real que entra como receita, o quanto sobra como lucro líquido. Para saber essa resposta, precisamos fazer uma conta muitíssimo simples. Basta dividirmos o lucro líquido pela receita líquida. No exemplo acima, podemos perceber que a empresa A nos dá uma margem líquida de 10,2%. Isso significa que para cada real de receita, a empresa efetivamente lucrou 10,2 centavos após a dedução dos custos, despesas e tributos. Em contrapartida, o mesmo cálculo aplicado a empresa B nos dá uma margem líquida de 16,4%, ou uma sobra de 16,4 centavos por real de receita.
O que de fato isso significa? Significa que, apesar da empresa A lucrar mais que a B, seu processo produtivo e administrativo é, em relação a sua receita, mais custoso. Em outras palavras, ela gasta mais para lucrar. Mesmo que o investidor nunca tenha colocado os pés na empresa, o balanço parece indicar que, por algum motivo, a empresa B parece ser mais eficiente que a empresa A.
Quais seriam os motivos para isso? Talvez os produtos da empresa B sejam de melhor qualidade, o que faz com que os clientes aceitem pagar a mais; talvez seus custos com aluguéis são menores; talvez ela seja uma empresa com pouca dívida; talvez ela esteja localizada perto de seus clientes ou de seus fornecedores, o que faz o frete ser mais barato; talvez utilize equipamentos mais modernos, com maior produtividade; talvez ela consiga operar com uma equipe mais enxuta; talvez ela esteja mais atenta ao combate a desperdícios; talvez seus processos de produção ou de prestação de serviços sejam mais eficazes, enquanto a concorrente esteja acostumada a trabalhar “apagando incêndio”; talvez ela tenha um processo mais verticalizado; talvez ela atue em um local com menos concorrentes; talvez ela possua menos custos judiciais; talvez seja um pouco de cada um dos itens anteriores. De qualquer forma, mesmo que o investidor não consiga identificar exatamente o motivo, o balanço parece indicar que a empresa B pode estar apresentando uma provável vantagem competitiva em relação a empresa A.
Em momentos de retração, a produção menos custosa da empresa B pode significar mais resiliência. Vamos supor um cenário retrativo que force as empresas a baixarem seus preços em 15%, impossibilitando que se diminua os custos de bens e as despesas. Neste cenário hipotético, os DREs seriam assim:
A empresa A, mesmo vendendo mais, ficaria no vermelho, enquanto que a empresa B ainda estaria utilizando uma gordura para operar no azul.
Os 4 tipos de empresas
No mundo dos negócios há uma quase-regra não escrita que diz que as empresas que possuem altas margens são as que vendem produtos de maior valor agregado ou prestam serviços mais especializados, o que permite que a empresa cobre um alto valor em relação aos custos envolvidos, mas em contrapartida não os venda com frequência. Como um exemplo, podemos citar uma fábrica de processadores. Um produto altamente tecnológico, que cabe na palma da mão de uma criança, mas que as pessoas não compram frequentemente (quantos microprocessadores uma família compra por ano?).
Por outro lado, há aquelas empresas que vendem produtos frequentemente, mas que, como uma regra não escrita, a margem de seus produtos é baixa. Como exemplo, podemos citar o comércio em geral, cuja finalidade é comprar no atacado e revender no varejo. O ganho deles está na quantidade. No último balanço do Carrefour, sua margem líquida foi de 2,6%. Isso significa que quando você faz sua compra mensal de 600 reais no Carrefour, após o pagamento dos custos, despesas e impostos, sobram apenas R$15,60 de lucro líquido para a empresa! Essa margem de 2% é bem típica deste setor. (Na realidade, o lucro é até menor, pois a compra de 600 reais é receita bruta, e não receita líquida. Mais detalhes no livro de contabilidade mais próximo).
Entretanto, há empresas que fogem desta “regra” vende-pouco-margem-alta ou vende-muito-margem-baixa. Por isso, te apresento na imagem abaixo os 4 tipos de empresas existentes, considerando sua margem líquida e sua frequência de vendas:

Tipo 1 – Empresa vende pouco e possui margem baixa
O primeiro tipo de empresa é aquela que você deveria evitar a todo custo. É aquela empresa que possui um produto ou presta um serviço que é fornecido em pequenas quantidades e que possui uma margem líquida baixa. Pegando um exemplo real, podemos mencionar a Embraer (EMBR3).
Quando ela está em boníssima forma, sua margem líquida se situa em 8%. Em condições normais, sua margem gira por volta de 3 ou 4%. Lembre-se, estamos falando do mercado de construção de aviões! Não se encontram engenheiros “aviônicos” em cada esquina. É um produto cujo todo o processo produtivo requer equipe, equipamentos e materiais altamente especializados.
Um produto tão complexo mas ao mesmo tempo tão escasso deveria ter uma margem muito maior do que meros 4%. Com uma margem tão pequena, a empresa rotineiramente apresenta prejuízos. Este tipo de empresa só recomendo para pessoas que realmente entendem do mercado em que a empresa se situa. Se você não entende, não se preocupe. Há centenas de empresas listadas na bolsa de valores.
Outro exemplo deste grupo é a Technos. Em um país que existem mais celulares do que pessoas, seu produto perdeu sua finalidade principal, sendo apenas uma questão de ostentação. É valida uma margem de 1% para um produto deste tipo? É difícil criar riqueza quando se ganha 1 centavo por real de receita produzindo um produto dispensável.
Tipo 2 Vende pouco com margem alta e Tipo 3 vende muito com margem baixa
A maioria das empresas se enquadra nestes tipos. Empresas mais ligadas à prestação de serviços são mais prováveis de estarem no grupo 2, mas há outros setores também. Podemos citar CVC (CVCB3), Aliansce (ALSC3) e Eztec (EZTC3).
Do grupo 3, empresas ligadas ao comércio e à alimentação são exemplos: Via Varejo (VVAS11), Lojas Americanas (LAME3), Josapar (JOPA4) e Magazine Luiza (MGLU3).
Tipo 4 – Vende muito com margem alta
São aquelas empresas que conseguem aliar a proeza de margem alta com magnífica alta frequência de vendas. Se você quer ser vencedor da bolsa, é este tipo de empresa que você precisa procurar (de preferência enquanto ela é pequena).
Podemos dizer que parte considerável das ações vencedoras são empresas deste tipo. É muito comum que indústrias, empresas de tecnologia e certos prestadores de serviços se enquadrarem nesta categoria.
Veja por exemplo a Ambev, a rainha da bolsa brasileira. Ela é uma empresa que inunda o mercado com seus produtos, ao mesmo tempo que consegue reter 22 centavos de cada real de receita.
Podemos considerar também como exemplo a Telefônica (VIVT4), cujos serviços são frequentes e ajudam a empresa a reter 21 centavos por real.
A Cielo, empresa que cresceu absurdamente na primeira metade da década, também é uma empresa que se enquadra neste grupo. Imagine a quantidade de passadas de cartão que seu sistema processa diariamente! O custo disso é tão baixo que ela hoje retém 33 centavos de cada real de receita (e olha que já foi melhor!).
Para estre tipo de empresa, quanto maior a frequência e quanto maior a margem, melhor será. Quanto efetivamente custa para a Apple produzir seus caríssimos iPhones e vende-los para aquela legião de fanáticos que fazem fila dias antes de um lançamento?
Marcus Lemonis em seus programas sempre verifica a margem da empresa. SEMPRE!
Empresas de commodities
Empresas de commodities (aquelas que produzem materiais básicos como petróleo, grãos, café, minérios, etc) estão constantemente situadas entre o tipo 3 e 4. Elas apresenta expansão no momento 4 e manutenção ou retração quando estão no momento 3.
Diante de seus movimentos cíclicos, algumas pessoas sustentam a tese de que se deve investir em empresas deste tipo justamente quando sua margem líquida está baixa e sua relação Preço/Lucro está alta, e vendê-las quando sua margem líquida está alta e sua relação Preço/Lucro está baixa.
De qualquer forma, a verdade é que este tipo de investimento deve ser feito com extremo cuidado.
O que é margem alta?
Não há nenhuma regra definindo o que é margem alta. Ao apontarmos para um saco de farinha de 3 reais e perguntarmos para um leigo quanto deve ter custado para o mercado, este responde que o mercado deve ter comprando por um real e está revendendo por três. Se isso fosse verdade, a concorrência logo espremeria esta fantástica margem a fim de atrair mais clientes. Em geral, as margens praticadas pela indústria e comércio são muito inferiores do que o senso comum acha que é. Parte considerável das companhias trabalham com margem líquida de um dígito. Diante disso, considero que qualquer coisa acima de 15% já está de bom tamanho para ser considerada margem alta.
O lado ruim de uma margem alta
Digamos que você está com dinheiro sobrando e quer montar um negócio próprio. Você prefere criar uma empresa onde a cada real de receita, seu lucro seja de 20 centavos ou de 2 centavos? Obviamente a de maior margem. Diante desse cenário, setores com margens altas tendem a atrair concorrentes dispostos a baixarem os preços a fim de atrair novos clientes, o que pressiona as margens.
Se você quer investir em uma empresa de alta margem, é necessário considerar qual o nível de proteção que esta empresa pode ter em relação a possíveis concorrentes.
Pegue o exemplo de uma Ambev. Para alguém que quer competir com ela, seria necessário  investir bilhões na construção de um parque fabril, contato com fornecedores e a construção de diversos centros de distribuição para competir com uma marca que está há décadas. O montante requerido para se investir é um entrave à concorrência.
Pense em uma Intel com seus 15,3% de margem líquida. Para um concorrente se estabelecer, seria necessário o investimento massivo em tecnologia para se tentar criar um produto estupidamente complexo e protegido por patentes.
Por outro lado, pense na Cielo. Quais mecanismos de defesa que essa empresa com margem fantástica possui? Será que esta queda que está acontecendo com ela hoje não é fruto da ameaça de uma concorrência audaciosa que está entrando em um setor com poucas barreiras? O caso da Cielo é tão emblemático que merece uma postagem a parte.
Margem líquida baixa não é ruim
Particularmente gosto de empresas com margens altas, mas isso não quer dizer que margens baixas são ruins. Comércio em geral são empresas com margens baixas, mas que possuem flexibilidade para expansão rápida, trazendo enormes retornos para seus acionistas.
Além disso, uma empresa com margem baixa pode aumentar seus lucros fantasticamente com qualquer virgulazinha de melhora na sua margem. Uma empresa com margem líquida de 1% que consegue aumentar meros 0,5% significará que seu lucro líquido aumentou em 50%!
Margem líquida em empresas em recuperação
Por consequência do item anterior, quando falamos em empresas em recuperação, uma margem líquida baixa é bem-vinda pois pode-se monitorar o grau de recuperação destas empresas em dificuldades de acordo com como se move sua margem líquida. Aumentar o que se é baixo é menos trabalhoso que aumentar o que já é alto. Uma empresa em dificuldades com 2% de margem líquida e que após uma caça às bruxas nos seus custos, consegue aumentá-la para 4%, pode representar uma sobrevida. Por outro lado, uma empresa em dificuldades com margem líquida de 15% (isso existe?), que a aumenta para 17% pode significar quase nada.
Margem líquida em bancos
No setor bancário não se fala em margem líquida alta ou baixa. Eles possuem um procedimento de análise a parte. Alguns dizem que margem líquida alta em bancos é até prejudicial, sinalizando que o banco está tomando muito risco em seus empréstimos.
Bancos requerem uma análise especial. Margem líquida não funciona com eles da mesma forma que com empresas de outros setores.

Comparação intrassetorial
Em geral, é preferível comparar margem entre empresas do mesmo setor. Pegue por exemplo o setor de siderurgia. A Ferbasa, apesar de ser muito menor que suas pares, sofreu menos no setor no período de 2013 para cá provavelmente por causa de sua situação financeira altamente estável e com poucas dívidas, o que faz dela a empresa com maior margem.
O mesmo pode-se dizer de EZTC3, que insiste em trabalhar sem alavancagem em um setor cuja dívida é a regra. Sua margem acima de 25% sempre esteve presente, fazendo dela uma das que menos tenha sofrido nos últimos anos recessivos.
Esse exemplos mostram que quando você for analisar empresas do mesmo setor, dê uma olhada na sua margem líquida, que pode mostrar um sinal de resiliência da empresa perante seus pares.
Evolução da margem líquida
O acompanhamento da evolução da margem líquida ano a ano também pode dizer muito sobre a empresa se ela está ganhando ou perdendo vantagem competitiva perante seus pares.
Insistindo no exemplo da Cielo, apesar de sua atual margem fantástica, a comparação ano-a-ano denuncia que algo ruim está acontecendo. Pior ainda, a atual margem mostra que o setor ainda tem fôlego para a agressividade dos atuais concorrentes ou para a entrada de novos.
A Eternit sempre foi uma empresa voltada para os dividendos, mas seu constante aumento das dívidas resultava em uma diminuição ano-a-ano de sua margem líquida. Era um sinal de que as coisas não estavam tão bem.
Seja qual for o tipo de sua empresa (menos banco), monitore a evolução de sua margem líquida. Algumas vezes esse número pode te dar indicações sobre a saúde da empresa.
Considerações finais
Apesar de ser o fruto de um simples divisão, a margem líquida pode indicar para o pequeno investidor informações valiosas sobre a empresa e seu posicionamento perante seus pares. Procure verificar a margem líquida das empresas e seu resultado no mercado e no setor. Você verá que a evolução da margem e seu desempenho econômico está entrelaçado, não sendo uma mera coincidência.
Espero que as informações desta postagem sejam de grande utilidade.
O que achou da postagem? Deixe seu comentário!
Atenção! Esta postagem tem caráter opinativo. Em nenhum momento há a intenção de realizar indicações de compra/manutenção/venda das ações das empresas mencionadas ou omitidas nesta postagem. Reitera-se que a postagem foi realizada por uma pessoa comum que, apesar de entusiasta, não é analista do mercado de ações.

53 comentários:

  1. Ótima matéria. A UGPA3 se enquadraria no tipo 3?

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  2. Olá AdP!
    Parabéns pelo post! Muito bom!
    Abraço!

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    1. Olá Janota Investidor.

      Em 01/04/2018 você publicou um texto no seu blog: "A ITAÚSA está cuidando bem dos seus sócios ?"

      http://janotainvestidor.blogspot.com/2018/04/a-itausa-esta-cuidando-bem-dos-seus.html

      Gostaria de fazer uma pergunta sobre o tema, porém não tenho conta do google para poder escrever na página. Você possui outra forma de contato.

      Obrigado.

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  3. Olá AdP, excelente postagem! Rica em conhecimentos e no bom senso de segmentação de empresas e avaliações setoriais. Parabéns!

    Houve uma época em que eu me preocupava mais com os números. Já comprei muitos livros de balanços a análises de empresas e por muito tempo foi uma atividade que fiz solitariamente. Na época, estava com meu patrimônio em construção e queria tirar leite de pedra.

    Mas aos poucos, fui percebendo que o que fazia meu patrimônio evoluir mesmo eram menos as escolhas "acertadas" de determinadas ações, mas sim o gerenciamento de risco que faço com o patrimônio através da Alocação de Ativos.

    Exemplificando: mesmo que o BRSR6 tenha publicado um bom balanço (o que ocorreu hoje), estou vendendo algumas cotas uma vez que o percentual que atribuí a ele na minha carteira de investimentos ultrapassou seu limite.

    Na verdade as variáveis são muitas, é difícil você conhecer todos os nuances da empresa. Se você não for um insider, então, esqueça: você não tem o poder de afirmar, com certeza, o potencial de uma empresa. Trabalhamos com probabilidades. E precisamos de uma gestão de risco para administrá-las.

    Na verdade esse assunto vale um post. A ideia aqui é somente deixar meu pitaco para que as pessoas não acreditem que a análise de somente um indicador é suficiente para atribuir valor a uma empresa.

    Grande abraço!

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    1. Olá André,
      O fato de se analisar o balanço não significa que outros aspectos não devem ser observados. Análises diferentes não são excludentes. E olhar número não é querer tirar leite de pedra. É a utilização de critérios para escolha de ações entre as centenas disponíveis.

      "Mas aos poucos, fui percebendo que o que fazia meu patrimônio evoluir mesmo eram menos as escolhas "acertadas" de determinadas ações, mas sim o gerenciamento de risco que faço com o patrimônio através da Alocação de Ativos."
      O interessante é que para mim, o que faz a carteira crescer é justamente o oposto. Mais pelas escolhas acertadas do que a mera alocação de percentual. Considero que uma carteira desajustada composta de boas empresas é muito mais válida do que uma carteira ajustada de péssimas empresas. Mas, de novo, uma coisa não exclui a outra. Por que não aliar uma carteira de boas empresas e uma diversificação saudável?
      Mais uma coisa, você me deixou a entender que a Alocação de Ativos gerencia risco. Pelo que eu saiba, ela no máximo gerencia alocação percentual, indicando qual ação comprar baseado unicamente no seu preço. Preço é risco? E a saúde financeira da empresa, que a alocação de ativos ignora totalmente, não conta? Alocação de ativos gerencia alocação percentual, e não risco. Fiz uma postagem sobre isso:
      http://alemdapoupanca.blogspot.com/2018/04/a-alocacao-de-ativos-e-suas-falhas.html

      Já vi pessoas falando que se deram bem porque investiram nas ações A, B ou C (conheci pessoalmente o filho de uma pessoa que fez Buy & Hold com ações da Brahma, hoje Ambev). Mas nunca vi ninguém falando que a principal razão de sua riqueza é porque destinou 10% para a ação X e 20% para a ação Y. Pode ter sua importância sim, mas a riqueza vem muito mais do fato dele ter escolhido a ação X e Y do que ele ter destinado esse ou aquele percentual para a ação. O fator principal de investimento é a qualidade do que se compra, e não o % que vou destinar, que é coisa acessória.

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    2. Continuando...
      "Exemplificando: mesmo que o BRSR6 tenha publicado um bom balanço (o que ocorreu hoje), estou vendendo algumas cotas uma vez que o percentual que atribuí a ele na minha carteira de investimentos ultrapassou seu limite."
      Daí me vem uma pergunta. Qual o critério que você utilizou para escolher BRSR6? Por que não GOLL4? Óbvio que houve uma análise da saúde da ação para que, depois de escolhida, ela faça parte da sua alocação. E outra, você puniu a ação por ela ter apresentado um bom resultado, e pode ser que você tenha alocado em outra coisa que tenha apresentado um resultado meia boca. Me diga, que gerenciamento de risco é esse?

      "Na verdade as variáveis são muitas, é difícil você conhecer todos os nuances da empresa. Se você não for um insider, então, esqueça: você não tem o poder de afirmar, com certeza, o potencial de uma empresa."
      Com todo respeito, são pensamentos como esse que quero desfazer aqui no blog. Nem o Presidente da empresa consegue ter certeza do que vai acontecer com sua empresa em um prazo de 3 anos. A "certeza" é um dos piores fatores que se utiliza quando se quer argumentar. A pessoa coloca seus argumentos e fala que o argumento do adversário está errado pois não há certezas. Sendo que a pessoa nunca disse que é necessário ter certeza, e a própria estratégia da pessoa que acusou o outro de "falta de certeza" também não possui certeza de nada, ainda mais no mercado de ações. Ou você tem certeza da sua gestão de riscos?
      E outra, a própria natureza do mercado de ações e as sociedades anônimas é justamente poder investir em empresas fantásticas sem precisar nem ao menos colocar os pés na empresa. Se o investidor puder conhecer, melhor ainda, mas o investidor sardinha, médicos, viúvas, autônomos, os assalariados, dentre outros, não possuem essa oportunidade e na verdade ela não é absolutamente necessária. Ainda mais com um mundo globalizado, onde pode-se abrir contas internacionais para investir em uma empresa de um país sem ao menos se ter um passaporte. Com todo o respeito, mas esse argumento de ser insider não cola.

      "A ideia aqui é somente deixar meu pitaco para que as pessoas não acreditem que a análise de somente um indicador é suficiente para atribuir valor a uma empresa."
      Concordo com a ideia, até porque em nenhum momento eu disse que margem líquida pode ser utilizada exclusivamente para isso e que outros indicadores devem ser ignorados. Mas como o título da postagem é "destrinchando margem líquida", está claro que a postagem seria somente sobre ela, o que está longe de significar que este indicador é o início e o fim de análises de bolsa.

      Abraços e sucesso

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    3. Olá AdP!

      Talvez eu não tenha conseguido ser suficientemente claro nos meus comentários :)

      Começando pelo meu "pitaco" final, em menhum momento achei que a ideia de seu post (que aliás, recebeu elogios iniciais não à toa) fosse atribuir suficiência às análises pela margem líquida. Foi, na verdade, um pitaco do meu próprio comentário. O texto está perfeito!

      Sobre a importância que damos às análises e sobre alguns conceitos de alocação de ativos, discordamos sim. Muito.

      Veja que em nenhum momento disse que as análises das empresas não são importantes. Meu ponto é o alcance que elas podem atingir na construção de sua carteira. O que quis combater é a ideia de que elas são suficientes por si só (em virtude de falhas que citei acima). Nomeu entendimento, é necessário um rebalanceamento na carteira para evitar riscos.

      Sobre o ponto da "certeza", provavelmente foi uma palavra mal colocada que você levou ao pé da letra. Claro que não temos certeza de nada. Meu comentário, na verdade, caminha ao largo da humildade. Minha ideia é que, uma vez que analisamos uma empresa e estabelecermos um preço justo, nossa avaliação pode ser afetada por diversas variáveis extrínsecas que não poderiam entrar na avaliação inicial. Não tive a intenção de dizer que o "insider" é o mais importante, mas sim que existem informações que não são públicas e que podem interferir nas estimadas TIR futuras.

      Veja que com esse argumento, não estou denegrindo a importância das análises. Estou APENAS dizendo que não se pode confiar 100% nelas. Você deve, ao menos em algum momento de sua vida, acompanhado feras do mercado em análises de empresas, perceber que muitos deles erraram feio, muitas vezes. Existem não certezas, mas probabilidades de um cenário ocorrer.

      Sobre gerenciamento de risco, discordo completamente. O rebalanceamento é um gerenciamento de risco sim, principalmente se temos a convicção que somos humildes e não podemos cravar verdades absolutas. Eu vi a postagem referenciada e vejo que entendemos alguns pontos da AA de forma totalmente diversa. Eu comentei seu post anterior, e coloquei justamente alguns dos pontos aqui escritos. Mas enfatizo que seu argumento que AA é só destinar % em determinados ativos e que, com isso, ficará rico, é desconhecer como as pessoas realmente a usam. (continua)

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    4. (continuando)
      A saúde financeira importa? Claro que sim. A AA não ignora isso, mas enquanto você insistir nessa linha, fica difícil debater. Tenho uma lista de ao menos 40 ações que acompanho seus balanços trimestralmente. Tenho, simplificando, empresas +++, ++, +, -, -- e ---. Procuro ter apenas as positivas na minha carteira. Casos negativos apenas em valores menores esperando grandes gatilhos, como possíveis privatizações (e com alocações menores).

      O método já parte da pressuposição de que vc escolheu boas ações para sua carteira. Ponto. Não são escolhas da mãe Joana. Agora, como você gerenciará posteriormente, há diferenças.

      Vou tentar exemplificar com o caso da BRSR6, comentado acima.

      Após análises, comprei um lote a 6,34 em setembro de 2015. Tenho um percentual estabelecido de 1% do meu patrimônio para essa ação. Conforme ela esteve sempre abaixo desse percentual, fui mantendo-a. Até que ela ultrapassou esse valor. Vendi apenas uma pequena quantidade para mantê-la nessa faixa.

      Isso não é "punição", e sim gerenciamento de risco. Por mais que eu esteja confortável com minhas análises, podem existir cisnes negros que não podemos prever. O mercado bancário está meio obscuro, com bancos e plataforma digitais podendo corroer margens dos demais. Isso é consciência de sua limitação de prever o futuro, por melhor analista que você seja.

      Repare que esse rebalanceamento não fará com que eu compre algum ativo "ruim", pois eu tenho sempre bons ativos para comprar. Talvez seja bom aumentar a exposição de uma ação que hoje tenho 0,5% do portfólio para 1%, que também performou bem em uma análise. Essa é a gestão do risco. Não é trocar coisas "boas" por coisas "ruins". É trocar coisas "boas" que se valorizaram demais e representam um risco maior no portfólio e comprar coisas "boas" onde posso aumentar a exposição.

      Para clarear o conceito, entenda-se aqui "risco" como exposição excessiva em um determinado ativo. Não é "preço" como vc citou.

      Enfim, ratifico meu comentário de que acho que, tanto a escolha de boas ações quanto o rebalanceamento são importantes para uma boa performance com o tempo. E reforço que, o que trará resultados mais consistentes no portfólio é o rebalanceamento, quando pensamos em uma carteira de investimentos, e não em uma ação específica.

      Abraço!

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    5. Olá André,
      Antes de tudo, obrigado pelos comentários. Você e qualquer um tem a liberdade de comentar apoiando ou criticando ideias, e você fez de forma polida e educada. Comentários como esse são bem vindos. Mas isso não quer dizer que preciso concordar com eles. Tenho o direito de discordar também.
      Você deixou para mim o entendimento de que o lucro vem da alocação, e que tinha deixado de lado análises de balanços. Pelo menos foi minha impressão no seu comentário. A única coisa que fiz foi expressar minha opinião, de que alocação de ativos não administra risco, mas apenas preço. Exposição excessivo em um ativo bom na minha opinião, é menos arriscado que exposição equilibrada em ativos ruins.
      Eu só falei da "certeza" porque você não é o primeiro a falar sobre isso aqui no blog. Talvez não tenha sido sua intenção, mas não é raro alguém vir com o argumento do tipo "como você não tem certeza, então o correto é o que estou dizendo". Eu prontamente replico perguntando se a pessoa tem certeza.
      Mas de qualquer forma, obrigado pelos comentários enriquecedores.
      Abraços e sucesso

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    6. Sim, AdP, são nas discordâncias que avançamos!

      Esse debate pode ser um assunto para meu post da semana que vem. Acredito que sempre há pontos a serem reforçados nos métodos que acreditamos.

      Abraços e bom feriado!

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    7. AdP, fiz nessa semana a publicação. Espero que fiquem mais claros meus pontos sobre a Alocação de Ativos com os quais temos discordâncias!

      Linkei seu texto lá!

      Abraço!

      https://www.viagemlenta.com/2018/11/analise-fundamentalista-rebalanceamento-de-ativos-gerenciamento-de-riscos.html

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    8. Olá André,
      Gostei da postagem. Queria comentar, mas me enrolo com aquela questão de se cadastrar.
      Mas insisto que não vejo sentido na implicação "não sou insider, logo preciso fazer alocação de ativos", que foi a impressão que tive em parte do texto, bem como a outra "uso análise fundamentalista, logo posso concentrar meus investimentos", que é outra impressão que tive.
      Considero que tenho uma carteira equilibrada, e não utilizo alocação de ativos. Utilizo a análise fundamentalista para comprar e vender ações. Continuo achando que alocação pode ser perigosa e que ela pode acrescentar risco a uma carteira, dependendo do caso.
      Abraços

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  4. Parabéns pela postagem! Conteúdo de muita qualidade com linguagem simples.
    Abraço e obrigado.

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  5. ADP, aproveitando o ensejo das discussões teóricas, você chegou a analisar a empresa IRBR3? Será que essa empresa possui os fundamentos e resiliência que demostra os números? Parece que existe uma maquiagem a mais, típica de IPO. A alegação de que BUFFET está analisando a possibilidade de montar uma posição relevante parece ser tópica de empresa iniciante na bolsa. Dessa empresas de seguros/resseguros e corretagem (BBSE3, PASSA3, WIZS3 e IRBR3), a PSSA3 parece mais bem estruturada. Estudei a IRBR3, considerei a mesma excelente, mas não irei montar posição. Vou também vender as minhas BBSE3, após os casos recentes de MPLU3, SMSL3 e o problema da WIZS3.

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    1. Olá anon,
      Nunca cheguei a analisar esta empresa e não tenho opinião sobre ela. Só recomendo que não deixe boatos de que tal investidor vai comprar (mesmo que seja Buffett) influencie em sua decisão.
      Não entendi a correlação entre BBSE3 e MPLU3 e SMSL3.

      Abraços

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  6. ADP,

    Considerando que a BBSE3 possui contrato com o BB, existe possibilidade de OPA pelo Banco do Brasil? Queda nos lucros?
    Você considera provável uma OPA da BB Seguridade pelo Banco do Brasil? Possuo ações da PSSA3 e considero uma empresa excelente, contudo BBSE3 tem assustado um pouco com a possibilidade de não renovação do contrato com o Banco do Brasil, que vence em 2033.

    A minha preocupação em BBSE3 decorre de erros com ações que considerei com bons fundamentos(CIEL3, CCRO3, FLRY e TIET3).

    A IRBR3 apresenta excelente números e lucros extraordinários. Será que existe algo que eu não consigo perceber ou a empresa realmente é esplendorosa?

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    1. Que eu saiba a possiblidade de OPA depende do fato do empresa A já ser controladora da B, e não por causa que haja um contrato entre ambas. No caso d MPLU3, o contrato na verdade foi um argumento que utilizaram para a OPA.

      "A minha preocupação em BBSE3 decorre de erros com ações que considerei com bons fundamentos(CIEL3, CCRO3, FLRY e TIET3)."
      Quem nunca errou que atire a primeira pedra, rs.

      Não tenho opinião sobre IRBR3. Nunca analisei pois é um setor no qual minha análise se resume a verificar crescimento de lucro líquido (minha ignorância não permite fazer análises melhores que isso no setor e não gosto de me influenciar por informações de releases de resultado) e porque ela já tem um valor de mercado de 22 Bi (gosto de empresas menores).

      Abraços

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  7. ADP,

    Quanto a UNIP3/UNIP5/UNIP6, o que achou do resultado e da recompra de ações?

    Uma recompra de ações da Unipar pode ser prejudicial ao minoritário, posto que a recompra foi totalmente focada nas ON.A empresa é boa, tem excelentes resultados, mas é muito difícil ser sócio, ON sem liquidez, PN sem tag along e para finalizar um controlador que já tentou prejudicar os minoritários.
    Achei o resultado trimestral muito bom, mas é uma empresa problemática

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    1. É outroa empresa que nunca analisei por estar por fora das movimentações da empresa, mas quem se inteirou e comprou não tem o que reclamar, kkkkk.
      O pessoal do fórum Cluinvest proboards tem uma discussão interessante:

      http://clubinvest.boards.net/thread/624/unipar-carbocloro-unip3-unip5-unip6

      "mas é muito difícil ser sócio, ON sem liquidez, PN sem tag along"
      Invisto na BAUH4 por gostar da empresa, mas confesso que isso me incomoda demais. ON sem liquidez e PN sem Tag Along.

      Abraços

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  8. ADP,

    O que pensas da CCRO3? Empresa com bons fundamentos? Grandes perspectivas de crescimento? Ou o setor seria o problema, além do envolvimento da empresa com corrupção?

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    1. Já fui acionista mas saí por necessidade de enxugar a carteira.
      Hoje não tenho opinião sobre a empresa.

      Abraços

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  9. ADP,

    Viu o resultado da LEVE3? foi muito bom, mas a empresa não anda, nem evolui o patrimônio. Considero que vou encerra posição.

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    1. No mercado de ação paciência é virtude. Quando um resultado bom sai e nada acontece, provavelmente o mercado já tinha antecipado o resultado bom. Como a empresa correspondeu a expectativa, então a cotação vai se mexer por que?
      Abraços

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  10. Senhores, a VLID3 está a um preço convidativo? O fundo Alaska andou aumentando posição. Luís Alves Paes de Barros parece está confiante na companhia, apesar do setor ser muito dinâmico.

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    1. O posicionamento do blog é de que não se basear um investimento de acordo com supostas mivimentações do fundo X e da confiança do Sr. Beltrano. Quem seguiu esta recomendação não colocou um único centavo nas empresas de Eike Batista, o toque de Midas.

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  11. FLRY3 é uma das melhores empresa da bolsa? Parece que o setor de diagnóstico é resiliente e possui uma proteção extra contra maus períodos e protege os acionistas da entrada de concorrentes.

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    1. Se fosse uma das melhores da bolsa, a liquidez das outras ações seria muito baixa e a dessa daí seria muito alta, pois quem não quer negociar uma das melhores da bolsa?
      Mas compartilho da opinião de que esse setor possui sim público constante, e acho também que não se cria uma concorrência da noite para o dia.
      Abraços

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  12. Quem diria essa queda de CIEL3? Parece que vamos ter uma OPA pega sardinha à vista.

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    1. Fui acionista por muito tempo da Cielo mas me desfiz em um período no qual falar mal dela era quase uma heresia. Só faltavem me chamar de maluco:
      http://alemdapoupanca.blogspot.com/2016/01/mudancas-na-carteira-venda-de-cielo.html

      Na minha opinião (óbvio que posso estar errado), essa queda operacional é uma tendência pois a empresa ainda tem uma margem boa, mas a concorrência está de olho. E não descartaria a possiblidade de OPA, pois a RDCD3 fez isso anos atrás devido a "necessidades estratégicas" e porque o preço dela está ficando bom para um OPA (e os controladores tem dinheiro para fazem um).
      Abraços

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  13. ADP, uso sua planilha de cotas faz bastante tempo, e ela é excelente. Nunca encontrei nada melhor para atualizar meu patrimônio.
    Recentemente, encontrei um possível pequeno bug, que nem sei se vale a pena olhar ou depurar, mas como alguém q usa gratuitamente o fruto do seu trabalho, achei q tinha a obrigação de compartilhar, para não se surpreender caso aconteça com você tb um dia.
    É o seguinte, em qq aba de tipo de investimento, caso o aporte total fique negativo, a rentabilidade histórica também ficará negativa. Acaba que não faz mta diferença, pq se vc já retirou quase tudo q aportou naquele tipo de investimento e ainda tem $$$ investido nele, vc provavelmente não tá mais muito preocupado com a rentabilidade daquele investimento, e sim com a rentabilidade agregada. E o aporte negativo distorce a rentabilidade histórica de qq maneira, então não sei se faz mta diferença ter um valor positivo ou negativo ali...
    abs

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    1. Olá Bruno,
      De fato, a planilha possui seus bugs e limitações. O ideal seria um sistema ou software.
      Abraços

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    2. AdP, a luz dessa ideia posso dá uma força e criar um esboço de plataforma ou mesmo app que reproduzisse a planilha. Removendo bugs e implementando melhorias.

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    3. Acredito que os apps e plataformas de monitoramento trabalham com a mesma metodologia.

      O ideal serial calcular as cotas diariamente, assim não teria problema de aportes no início, meio e fim de mês.

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  14. Caro AdP, é disso que precisamos na blogosfera, show de explanação, visto que ultimamente temos penado no que tange conhecimento do mercado e boas discussões.

    Saudade das antigas e seus embates de ideias com outros blogueiros. Aprendi muito e devo gratidão. Comecei aqui no seu blog e em 6 anos, acumulei +- 700k reais e 100 mil doletas, por aqui também conheci o blog do Corey, por lá o Mister Money Mustache.

    Agora sigo o fluxo rumo a IF.

    Sugestão: Ao invés de colocar apenas o código do ativo. Coloque o nome e o código.

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    1. Olá anon,
      Fiz a mudança que você sugeriu. Realmente fica bem melhor.
      Parabéns pela contrução do patrimônio. Histórias como essas me deixam muito feliz.
      Abraços

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  15. Post com qualidade "the best of blogosfera". Obrigado, AdP!

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  16. Excelente postagem sobre margem líquida, super completo!

    Abraço e bons investimentos.

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  17. Toda essa histeria está acontecendo por causa da queda da cotação. Houve uma pequena piora nos fundamentos mas desconheço uma empresa que aumenta os seus lucros a cada trimestre sem nunca ter um recuo.

    Se o cara for vender a ação sempre que acontecer uma queda nos lucros ele nunca vai fazer buy & hold.

    Da minha parte sigo comprando normalmente. Estou bem diversificado, então nada de grave irá acontecer.

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    1. Refere-se a Cielo? Se for, acredito que o buraco é mais embaixo do que uma mera piora nos fundamentos. Creio que a resposta está nas expectativas expectativas.

      "Se o cara for vender a ação sempre que acontecer uma queda nos lucros ele nunca vai fazer buy & hold."
      Cuidado com os rótulos. Buy & Hold está ligado a sua expectativa de segurar a ação pro um bom tempo. Não há obrigatoriedade, ainda mais nós sardinhas, que investimos de longe muitas vezes sem ter ideia do que acontece por dentro da empresa.
      O investidor precisa monitorar o investimento, e se achar que as coisas tendem a piorar, tem que vender mesmo. Realmente o investidor não pode vender com qualquer sinal de piora, pois pioras momentâneas acontecem com qualquer empresa, mas se o investidor ficar esperando sinais extremamente claros para sair de uma empresa, ele acaba comprando topo (quando a empresa era boa) e vendendo fundo (quando a empresa está claramente mal das pernas), transformando seu Buy & Hold em Hold & Lose.
      Se você acha que é muita histeria do mercado (o que realemnte pode ser), você está certo em manter sua estratégia.
      Abraços

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  18. Olá, ADP, parabéns pelo artigo!
    Comente um pouco de Graziotin = CGRA4 pra nós...
    O papel opera com desconto há tempos, mas os numeros me parecem bons.
    Fiquei com vontade de entrar, mas saiu recentemente uma noticia de uma aquisição de terras, o que não tem muito a ver com a empresa, varejista que é.

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    1. Olá anon,
      Não tenho muito o que comentar. A empresa estava com caixa recheado e decidiu comprar terra. Particularmente não gostei pois não gosto do setor agrícula, então resta-me confiar na empresa já que sou sócio há anos.
      Se você quer conhecer a filosofia da empresa, recomendo o livro "A Arte Do Varejo - O Pulo Do Gato Esta Na Compra", que apesar de antigo, é essencialmente o pensamento atual da empresa. Lá você verá que não é a primeira mudou de atuação.
      Abraços

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    2. Fala AdP,

      Artigo digno de capítulo de livro hein, parabéns!

      Abraço.

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    3. Olá EV, bom vê-lo por aqui.
      Vindo de você, fico feliz.
      Abraços e sucesso.

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  19. Adp, olá, tudo bom?

    Faz muito tempo que te acompanho... Aprendi muito com você. Obrigado!
    Queria saber se você ainda pretende especular com criptomoedas... Posso estar enganado, mais acho que está surgindo uma nova grande oportunidade. Como você está vendo esse mercado? Estamos chegando próximo do "compre quando ninguém mais quiser comprar..." (Warren Buffett) Desculpe postar aqui...

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    1. Olá HE,
      Sei que caiu muito mas não faço ideia do que poderá acontecer. Pretendo continuar de fora, rs.
      Abraços

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  20. Bom dia ADP acompanho a um bom tempo seu blog... sempre como anonimo por aqui e é a primeira vez que comento algo.. Parabens cara parece que abri o blog hj justamente por que é algo que estava estudando a semana inteira e nao entrava na minha mente kkk e olha que e bem simples o calculo das margens, uma ultima duvida em cima deste post, MARGEM OPERACIONAL é a margem EBIT ? Cara estou abismado pois estava com dificuldade de entender as margens das empresas, outra questao que lhe pergunto, se uma empresa teve um lucro operacional de 10,00 e um lucro liquido de 100,00 (provavelmente venda de algum ativo ou alguma receita financeira) esses valores que inflaram o lucro liquido entram no DRE de receita liquida? ou receita liquida é 100% da atividade operacional da empresa como por exemplo venda de cervejas.

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    1. Olá Gazola,
      Bem apontado por você. Temos que observar se há resultados não operacionais inflando o resultado da empresa, como por exemplo o recebimento de algum dinheiro via ganho judicial ou a venda de ativos permanentes. Antigamente (até 2010), era mais fácil perceber isso no balanço, pois era discriminado (se não me engano como "outras receitas operacionais" ou algo assim). Mas como o novo modelo contábil, fica mais difícil. Alguns casos são mais flagrantes, como o que você disse (uma empresa ter um lucro operacional de um valor e o lucro líquido maior), mas em outros casos, não é fácil. O ideal é ler os releases, ITR e DFP para ver os comentários da empresa.
      Abraços e sucesso

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