A variação da cotas dos fundos imobiliários negociados na bolsa de
valores de São Paulo tem sido volátil nos dois últimos anos. Em 2012 estes
fundos apresentaram valorização expressiva em suas cotas, enquanto que no ano
de 2013 houve um movimento contrário.
Umas das hipóteses bastante alardeadas por investidores que tentam
encontrar alguma razão para esta forte oscilação é a comparação do aluguel destes
fundos com a rentabilidade da renda fixa. Como a taxa SELIC é referência para
os investimentos da renda fixa, uma boa explicação da subida dos FII no ano de
2012 estaria na queda da SELIC. Como os rendimentos da renda fixa tornaram-se
menos atrativos, os investidores passaram a comprar mais cotas de fundos
imobiliários, o que explicaria sua valorização. O ano de 2013 contaria também
com a mesma explicação, mas em sentido oposto: SELIC subiu, FII caiu. Em tese, estes
estudiosos argumentam que os fundos imobiliários e a renda fixa possuem
movimentos inversos.
Diante desta ligação, formou-se a curiosidade de realizar uma
comparação entre estes dois tipos de investimentos, que é o propósito desta
postagem. Esta comparação será estritamente baseada em uma simulação de
investimento ao longo do tempo, mas nada impede que outros tipos de comparações
possam ser realizadas nos comentários desta postagem.
Para realizar esta simulação, será escolhido um título do Tesouro
Direto cuja rentabilidade está atrelada ao índice de inflação. Esta escolha foi
baseada nos baixos custos envolvidos no Tesouro Direto, sua acessibilidade, seu
fácil entendimento e por ser um forte representante na renda fixa
nacional. A escolha pela sua indexação à inflação é baseada na maior
segurança no longo prazo (apesar de não ter segurança total, pois isso não
existe) e por ser um título bastante escolhido pelos investidores. Como os contratos de locação dos fundos imobiliários são também
atrelados a um índice de inflação, esta comparação entre os dois será bastante
cômoda e justa.
A comparação será realizada através de um aporte único e seu resultado
ao longo do tempo. Não serão levados em consideração os riscos envolvidos no
investimento. Caberá a cada investidor saber manejá-los a ponto de tirar uma
conclusão adequada. Como você verá, a proposta desta comparação é extremamente
simples, mas seu resultado poderá ser bem diferente do que você espera.
Imagine que uma pessoa invista 1000 reais em 1 janeiro de 2014 no
Tesouro Direto comprando NTNB Principal 010124, cujo resgate é em 1 de janeiro
de 2024. Como dez anos é um prazo de investimento não tão curto nem tão longo, 2024
foi escolhido como um ano apropriado para o final de nossa simulação. Quanto
este investidor resgataria? Esta resposta não é tão difícil, ainda mais
considerando que o próprio Tesouro Direto disponibiliza uma calculadora
exatamente para este fim. Imagine então as seguintes condições:
Investimento inicial: R$1.000,00
Taxa de título: 6,5% + IPCA ao ano
IPCA ao ano do período: 5,0 %
Taxa de administração: Zero
Data de resgate: 01/01/2024
De acordo com as premissas acima, a calculadora resulta em um valor
líquido final de R$2.674,58. Nada mal. Nosso investimento teria mais que
dobrado em 10 anos. Guarde este valor, pois ele será utilizado para fazermos as
comparações.
E se ele tivesse colocado este
mesmo valor em Fundos de Investimento Imobiliário (FII)?
Para simularmos um investimento em FII, podemos considerar dois
cenários distintos:
1º cenário – As cotas e rendimentos mensais valorizam de acordo com
a inflação
Muitos estudos dizem que o valor dos imóveis no longo prazo acompanha
a inflação. E não é um absurdo simular uma valorização média do mesmo tipo para
os fundos imobiliários. Devido as suas características, os fundos imobiliários
são basicamente fundos de investimento que possuem uma cesta de imóveis e alavancagem
inexiste ou bastante restrita. Logo, podemos assumir com certa segurança que o
valor dos imóveis contidos nos fundos pode valorizar de acordo com a inflação,
e que esta valorização reflita nas cotas destes fundos.
Claro, a legislação permite que os fundos imobiliários possuam em seus
ativos cotas de outros fundos imobiliários, letras hipotecárias, letras de
crédito imobiliário e outros certificados, mas nesta postagem estaremos nos
referindo em um tradicional fundo constituído de bens imóveis, com um contrato
de locação em andamento.
2º cenário – As cotas se valorizam abaixo da inflação
Diante da recente valorização imobiliária, há muito rumores de
esfriamento do setor de imóveis ou até de bolha. Neste cenário simularemos
diversas taxas abaixo da inflação.
Para fazer a simulação dos cenários teremos as seguintes condições:
-Investimento inicial: R$1.000,00
-Valor da cota inicial: R$100,00
-Yield de aluguel da cota: 0,75%
-Taxa de corretagem na compra: R$10,00
-Inflação anual do período: 5%
-Não haverá novos aportes. Somente compraremos novas cotas com o valor
dos aluguéis mensais.
De acordo com os dados acima, a inflação é exatamente a mesma da
utilizada na simulação do Tesouro Direto. O Yield é considerado baixo para os
padrões atuais, pois conseguimos encontrar sem muito esforço um FII pagando
Yield mensal de 0,8%. Consideraremos também uma taxa de corretagem de 10 reais
para cada compra. Como o Tesouro Direto é baseado em juros compostos, o FII
tentará simular juros compostos através da reaplicação dos seus aluguéis. Vamos
aplicar estas condições em cada um dos cenários?
Após realizar as devidas simulações, chegaremos à tabela abaixo:
Conclusão
A tabela acima demonstra os dois cenários traçados na postagem.
O primeiro cenário (cotas e rendimentos mensais acompanham a inflação)
é representado pela linha de 5% da tabela. Neste resultado os FII têm uma
imensa vantagem sobre o Tesouro Direto (TD). Enquanto o TD resultou em
R$2.674,58, o investimento em FII resultou em R$3.534,74, uma diferença de 32,1%.
Caso o investidor vendesse todas as suas cotas e pagasse todos os impostos e custos
envolvidos, ainda assim poderia contar com um montante de R$3.357,33, uma
diferença de 25,5%, o que continua sendo bom. Se você acredita que em um
horizonte de 10 anos as cotas e os aluguéis mensais dos Fundos de Investimento
Imobiliário terão em média uma rentabilidade igual à inflação, então a escolha
por estes fundos será mais indicada do que o investimento em títulos do Tesouro
Direto.
O segundo cenário (cotas e rendimentos mensais abaixo da inflação) é representado
pelas demais linhas. Neste cenário o investidor precisará analisar o
investimento com maior cuidado. Se realmente houver um esfriamento no setor de
imóveis, este investidor poderá ter perdido um custo de oportunidade e terá corrido
um risco maior (afinal, seus recursos poderiam render quase a mesma coisa ou até
mais no Tesouro Direto). Mesmo assim, vale uma atenção especial. Na pior das
hipóteses da tabela, ou seja, uma valorização nula dos imóveis e valor estático
dos aluguéis durante um período de 10 anos, seu patrimônio será apenas 18,9%
menor que o do Tesouro Direto. Ao compararmos com os 32,1% de valorização do primeiro
cenário, um investidor pode ficar interessado em correr mais riscos nos fundos
imobiliários, já que, dentre as diversas possibilidades, na maioria ele pode
sair ganhando.
Como não podemos deixar de falar, há um terceiro cenário tenebroso.
Imagine que estamos em uma bolha imobiliária. Neste cenário o valor dos imóveis
nem ficam estáticos Eles caem! Os locadores podem renegociar (para baixo) o contrato dos
aluguéis, fazendo o rendimento dos fundos caírem. Este cenário mostraria um patrimônio menor do que todos os mostrados na tabela, e já sabemos que será lenha para o investidor. Se
você acredita que estamos em uma bolha e que pode acontecer algo semelhante o
que está escrito neste parágrafo, fique longe dos fundos imobiliários.
Ah, tá! Temos também o quarto e último cenário. Será que ainda é possível
que os imóveis valorizem acima da inflação? Baseado no recente histórico de
valorização dos imóveis, muita gente duvida que isto aconteça. Mas não podemos
descartar esta hipótese. Caso isso aconteça, o valor das cotas e o contrato dos
FII podem aumentar acima da inflação. Ou então, mesmo que o Yield mensal caia, a simples valorização das cotas podem dar um incremento acima dos 5% da tabela.
Minha humilde opinião
Caso me pedissem a opinião sobre qual dos cenários eu chutaria para os
próximos 10 anos, eu escolheria o primeiro cenário. Não acredito em bolha
imobiliária nem em uma possível valorização, o que descartaria o terceiro e o
quarto cenário. Caso o valor dos imóveis não acompanhasse a inflação, acredito
que pelo menos ficaria bem próximo. É devido a este fato que recentemente tenho
vendido títulos do Tesouro Direto para aplicar em fundos imobiliários. Acredito
que em 10 anos terei um valor 30% maior do que caso estivesse aplicado em
títulos. E olha que simulamos um Yield de 0,75%. Se aumentássemos esse Yield
para 0,85%, a diferença entre o patrimônio do TD e FII ficaria próximo de 40%
líquido.
Claro, não baseie seu
investimento unicamente no que está escrito aqui. Esta postagem mostrou apenas
uma comparação baseada em uma simulação. Foi apenas uma brincadeira com
números. Há muitas variáveis embutidas em uma escolha de investimento.
Pesquise, estude e tire suas próprias conclusões. E não se esqueça de deixar
seu comentário.
Olá AdP
ResponderExcluirExcelente estudo. São blogs como esse seu que ajudam em muito os investidores a tomarem decisões ou somente a terem uma melhor leitura do mercado.
Única diferença que eu faria, seria comparar FII com Debenture, pois nesse caso ambos serao investimentos sem IR.
Claro que ainda veremos vantagem dos FII, porém ela passa a ser menor.
Grande abraço e mais uma vez parabéns pelo post.
Olá dividendos,
ExcluirRealmente é bem interessante sua proposta.
Fazendo a mesma simulação e desconsiderando o IR, o investidor teria um patrimônio de cerca de 3041 reais. Se aumentássemos o rendimento para 8% + IPCA, o rendimento sem IR seria de cerca de 3.495, próximo mas ainda abaixo do FII.
Obrigado por ter apreciado a postagem.
Abraços
Olá ADP! Você fala dos meus posts sobre FII, mas este foi um belo artigo.
ResponderExcluirApenas algumas observações:
a) Não entendi se você contou a taxa de custódia de 0,3% aa no TD (e tem que levar em conta que são pouquíssimas corretoras liberando da taxa de investimento em TD, as menores taxas estão entre 0,1/0,2%);
b) Para mim a sua análise foi muito boa ao escolher premissas conservadoras, esse é o caminho para fazermos escolhas com margem de segurança. Hoje em dia não é incomum ver bons fundos pagando 0,9% am, o que seria mais de 40% da sua premissa de 0,7%;
c) Mesmo que a gente esteja numa bolha imobiliária (e a maioria dos FII é negociada com deságio no VP, em alguns casos com deságio superior de 30% - é como um apartamento que é avaliado hoje em dia por 500 mil, ser vendido daqui um ano por 350 mil), os FII já absorveram bastante os impactos. Além do mais, uma crise imobiliária não é perene, não dura para sempre. Por isso que falamos em ciclo imobiliário. Entretanto, claro se uma pessoa está convencida que há sérios problemas em todos os ramos imobiliários, talvez seja melhor ficar de fora mesmo.
Grande abraço amigo!
Olá Soulsurfer,
ExcluirPois é. Não tenho muito o que me aprofundar sobre FII pois já tem muito fera na área como você. Como ninguém ainda tinha feito uma simulação, resolvi fazer esta postagem.
a)Eu utilizei a calculadora do Tesouro Direto. Acredito que estes 0,3% estão embutidos em uma linha que ela chama de "Valor da taxa de custódia do resgate", então acho que está sendo considerado sim. Realmente as corretoras estão fechando o cerco para o Tesouro Direto, mas como ainda é possível achar corretoras com taxa zero, deixei este valor zerado.
b) A intenção foi esta mesmo. E mesmo sendo conservador a diferença foi bem grande, rs. E eu me surpreendi com a diferença que 0,05% de Yield faz no patrimônio no longo prazo.
c) Na minha opinião não há uma bolha imobiliária. Mesmo se houvesse uma, eu não cheguei a levar o que você falou em consideração. Realmente se considerarmos este deságio, há uma certa segurança na absorção dos impactos. Sim, uma crise imobiliária não é para sempre, mas como a simulação abrange apenas 10 anos, eu considerei a possibilidade desta crise durar todo este tempo.
Abraços e sucesso.
O trecho "Foi apenas uma brincadeira com números" resume tudo.
ResponderExcluirNão dá pra prever o futuro, tem que diversificar.
Exato.
ExcluirAbraços
Olá AdP,
ResponderExcluirUm quinto cenário poderia ser a simulação com a taxação dos aluguéis em 15%.
Nada impede que o governo em breve queira abocanhar e ter mais uma fonte de receita, e acho que seria válido considerar tal hipótese.
Grato pelo post.
Lambida do Poney !
Olá Poney,
ExcluirUma boa alternativa. Fazendo a simulação, o total líquido será de R$3168,57, 18,4% acima do TD.
Abraços
Brilhante.
ResponderExcluirNobre doutor, é um prazer saber que você apreciou a postagem.
ExcluirAbraços
ADP, sensacional o seu artigo. Parabéns. Grande abraço. BAGUAL
ResponderExcluirQue bom que tenha gostado, Bagual.
ExcluirAbraços
AdP, Excelente artigo. Parabéns. Vale comentar que comprar um título do tesouro, temos o risco do governo quebrar, que é pequeno. Ou seja, investimento seguro.
ResponderExcluirJá uma carteira de FII mal feita (papéis com RMD, inquilinos únicos, áreas problemáticas, expansões que corroem o DY e etc), pode além de trazer um DY menor, pode derreter seu "principal". FII é melhor que Tesouro, mas tem mais risco embutido. Eu gosto dos 2, por isto tenho a mesma quantia aplicada em cada.
É verdade. O FII precisa de maior análise e possui maiores riscos do que o TD.
ExcluirAbraços
Muito bom, AdP!
ResponderExcluirTraçando vários cenários possíveis. Cabe ao investidor sempre avaliar estes cenários (os bons e, principalmente, os ruins) para que possa tomar uma decisão consciente.
[]s!
Olá Dimarcinho,
ExcluirApesar de não ser nada conclusivo (e nem essa foi a intenção), os cenários da postagem pode fazer o investidor pelo menos refletir um pouco.
Abraços
No habitual padrão brilhante do AdP...
ResponderExcluirObrigado pelo apoio, Guardião.
ExcluirAbraços
Mais um excelente post. Obrigado AdP
ResponderExcluirValeu, Haule.
ExcluirAbraços
Muito bom mesmo AdP. Parabéns.
ResponderExcluirObrigado, Thales.
ExcluirAbraços
Sensacional essa comparação AdP !!! gostei muito mesmo, são essas postagens que enriquecem a blogosfera ! Parabéns Novamente !!
ResponderExcluirEstou feliz que tenha gostado da postagem. Eu sempre fico apreensivo sobre o que as pessoas vão achar de minhas postagens, rs.
ExcluirAbraços
Excelente, Adp!
ResponderExcluirCom relação aos custos de corretagem, será que faria muita diferença na rentabilidade final se no lugar de R$ 1.000,00 investidos fossem R$ 10.000,00 com a mesma corretagem de R$ 10,00, portanto mais diluída?
Marcelo
Olá Marcelo,
ResponderExcluirEu já fiz testes de custos com as simulações e compras constantes de empresas, e a conclusão surpreendente que eu cheguei é de que os custos impactam bem pouco no investimento, desde que satisfaça as seguintes condições:
1-Mesmo que seja cara, a operação deverá ser realizada poucas vezes (i.e, uma, duas ou três vezes por mês)
2-O investimento tenha dado um retorno satisfatório.
A conclusão que eu cheguei é que o investidor precisa concentrar muito mais seus esforços em tentar identificar um bom investimento do que reduzir os custos. Caso ele identifique um investimento satisfatório, no longo prazo seu retorno será também bem satisfatório, com pouca diferença entre altos custos e baixos custos (claro, desde que o custo não seja também algo exorbitante. No meus testes, compras mensais com custo de 2% ficaram bem próxima das com custos de 0,1%).
Respondendo à sua pergunta:
-Investimento de 10.000 com corretagem de 10 reais (custo de 0,1%)
Patrimônio final de R$38.114,10 - Rentabilidade de 281,1% ou 1,01% ao mês.
-Investimento de 1.000 com corretagem de 10 reais (custo de 1% ou 10 vezes maior que a anterior)
Patrimônio final de R$3.593,12 - Rentabilidade de 259,3% ou 0,966% ao mês.
Para algumas pessoas a diferença pode parecer grande em um primeiro momento, mas você tem que considerar que:
-O custo do segundo é 10 vezes maior que o custo do primeiro. É muito difícil alguém conseguir cortar seus custos por 10.
-A diferença é de apenas 0,044%. Para realmente fazer diferença, tem que ser considerado um investimento de prazo longuíssimo. Além, claro, da pessoa ter que permanecer neste prazo bem longo satisfazendo o requisito anterior.
-Esta diferença é muito menor quando falamos em compras periódicas com aportes mensais. No caso desta postagem, a partir do aporte inicial as compras são feitas única e exclusivamente com o valor dos aluguéis. Por exemplo, em outubro de 2018 nosso investidor tinha 139,35 reais em caixa. Ao comprar uma cota ele gastou 10 reais, ou seja, mais de 7% de custos. E mesmo gastando este absurdo, a diferença por mês foi de 0,044%. Para quem aporta mensalmente, o custo cai consideravelmente.
Atenção: Não estou falando que os custos não importam. Estou falando que, de acordo com meus testes, a preocupação com os custos deve ficar um ou mais níveis abaixo do que na preocupação de identificar um bom investimento.
Abraços
Adp, obrigado pela disposição na resposta.
ExcluirEntendo e concordo com seu ponto de vista. Sempre é bom poder economizar com custos de corretagem, mas o pequeno investidor conseguiria ter um nível de sucesso parecido apenas com os R$ 1.000,00 investidos nesta simulação.
(5,73% a menos de rentabilidade proporcionalmente falando)
Abraço
Marcelo
Corrigindo=> 5,73% a menos no valor final do ativo em termos proporcionais.
ExcluirMarcelo
Excelente postagem ADP! Investindo apenas em FIIs e ações, o que você faria em caso de queda generalizada do Ibov? Acha interessante vender quotas de FIIs para alocar em ações baratas?
ResponderExcluirEm caso de queda generalizada do ibov teria apenas um pequeno colchão de segurança para queimar e teria que avaliar a venda dos FII. Se eu considerar interessante, vendo cotas e aloco em ações sem pudor algum. Se eu avaliar que não vale a pena, utilizarei os pequenos rendimentos mensais dos FII para comprar ações e assumirei a posição fetal para aguentar as pancadas do mercado.
ExcluirAbraços
Estava esperando ansioso por esta postagem. Parabéns mais uma vez!
ResponderExcluirVc poderia disponibilizar a planilha que gerou a tabela com a simulação do FII?
Gostaria de aprender como é feita essa simulação.
Obrigado!
Gustavo
Olá anônimo,
ExcluirNormalmente planilhas significam problemas para mim, rs, mas acho que farei uma sim. O lado bom seria que eu poderia contar com um monte de auditores. Muita gente vai procurar defeito nela e isso só tem a contribuir. Só peço para que tenha paciência.
Abraços
Muito legal o seu estudo. Estou lendo sobre FII, não tenho eles em minha carteira (ainda).
ResponderExcluirMas minha ideia é ter investimentos nos 4 ramos (Poupança (segurança), TD, Ações e FII´s).
E fazer o rebalanceamento conforme variações de mercado (alta/baixa selic, inflação, etc).
Acho que uma coisa que pode ser considerada no TD é se o pais ficar caótico, e a inflação sair do controle. (Ou a Selic estourar nos próximos 10 anos).
Mas ai a merda é tão grande, que não estaremos conseguindo nem investir hehe.
Se a inflação voltar com força, não vai ter investimento que assegure a mínima tranquilidade no Brasil. Acho que o ideal seria fazer o que muitos faziam na década de 80. Fazer um pé de meia com dólares, rs.
ExcluirAbraços
Prezado AdP! Gostaria de agradecer mais uma vez pelo excelente trabalho desenvolvido! Não tenho blog. Sempre entro como anônimo. Já escrevi umas três ou quatro vezes no seu blog. Gostaria de pedir uma opinião sua, e se permitir, considerando que este blog é visto por muitas pessoas, que outros visitantes dessem a opinião sobre minha situação. É evidente que todas as decisões tomadas sobre meus investimentos são de minha inteira responsabilidade. Apenas gostaria de saber mais opiniões a respeito de uma situação. Tenho investimentos (para longo prazo - 20 a 30 anos) em torno de 150k. Esses valores não serão necessários no curto prazo. Consigo aportar em torno de 4k mensalmente. Estava pensando em me desfazer das ações que possuo (com lucro ou pequeno prejuízo - menos de 4%) e ficar 100% em LFT 070317, incluindo novos aportes, considerando a tendência de aumento da Selic (e também de aperto monetário no exterior) nos próximos anos. Isso me faz acreditar que haverá uma diminuição na capacidade das empresas de apresentar aumentos nos seus lucros (de modo geral, é claro), além de ser exigido um yield maior das ações para compensar os ganhos da Selic. Assim, as ações tenderiam para compensar o ganho mais elevado na renda fixa (leia-se Tesouro Direto). Consequentemente, lá por 2016/2017 (período que andam indicando como de aperto monetário), teria mais capital para entrar em ações descontadas para o longo prazo. Considerando que a Selic está em 11%, é possível ter ganhos líquidos de mais de 9% a.a. até 2017, o que supera muitos dividendos por aí. E aí, o que você acha? Um abraço.
ResponderExcluirCorrigindo: as ações tenderiam a cair para compensar o ganho mais elevado na renda fixa.
ExcluirOlá anônimo,
ExcluirInfelizmente não tenho nada a contribuir com sua análise. Sou apenas um investidor que nem tem ensino superior. Como poderei fazer movimentos baseado em previsões?
Mas acho que não é apenas eu que tem esta dificuldade. Ninguém consegue prever o futuro. Pior do que prever o futuro é basear seu investimento em previsões de outras pessoas (se for o seu caso).
Dando pitaco sobre o que você disse, já que você permitiu: já que seu investimento é de longo prazo (30 anos, como você disse), por que você está se preocupando tanto com o que vai acontecer em 2016/2017?
Veja bem sua situação. 150k de patrimônio e aporte de 4k. Você tem um patrimônio relevante e mais importante, um aporte forte. Você espera ganhar quanto com sua manobra de 2016/2017, já que seu prazo é para 2040?
Para o longo prazo, as ações são o investimento mais recomendado. Você estará do lado dos vencedores, os empresários. Enquanto o país for capitalista, as empresas serão o investimento mais rentável no longo prazo. Você acha que ganhará mais dinheiro emprestando para o governo do que investindo em empresas?
De acordo com minha pequena experiência, aprendi o seguinte:
-Investidores não podem acreditar que são economistas. A maioria dos investidores não sabe nem o que é um balanço de pagamentos, mas quer basear seus investimentos na economia. Pesquise quantos investidores de sucesso se deram bem baseando seus investimentos em macroeconomia e você se surpreenderá com o seu número limitado. E estes poucos que ganham normalmente não operam sozinhos. Eles podem contar com equipes altamente especializadas.
-Investidor não pode ter preocupações de administrador. O Administrador de empresas é muito bem pago, formado e informado para saber lidar com uma possível desaceleração econômica. O papel do investidor é analisar a empresa (na medida o possível), entrar com o dinheiro e monitorar a ação da administração. Caso não seja e agrado, o investidor pode migrar seus recursos.
-no final das contas, empresas boas tendem a continuar boas e empresas ruins tendem a continuar ruins. Mesmo com todo este mercado em baixa, temos empresas que deram retornos maravilhosos nos últimos 5 anos:
http://exame.abril.com.br/mercados/noticias/as-maiores-disparadas-da-bovespa-apos-a-ultima-grande-crise?p=1
Concluindo, se seu foco é longo prazo, mantenha seu aporte, estude, compre ações, e tenha cuidado com as previsões. Não se fica rico fazendo previsões, pois ninguém é capaz disso. Mas se você não tem apetite para a renda variável ou se acredita que sua previsão faz sentido, vá em frente e coloque seu dinheiro no Tesouro Direto.
Abraços
Obrigado!
ExcluirPessoal, peço desculpas para vocês.
ResponderExcluirNa minha simulação, acabei colocando um ano a mais para o FII. Já realizei o conserto. Eu também modifiquei o Yield de 0,7% para 0,75% porque o antigo estava muito conservador. Mas a conclusão da postagem permanece a mesma.
Abraços
Belíssima postagem ADP, sempre agregando excelentes conteúdos! Parabéns!
ResponderExcluirQuando puder, da uma conferida nos meus pitacos lá no blog sobre alguns balanços que já saíram:
Metisa, Bematech, Eternit e Eztec:
http://www.pobrepoupador.com/2014/05/balancos-1t14-metisa-bematech-eternit-e.html
Kepler Weber, Pine, Kroton e Dohler:
http://www.pobrepoupador.com/2014/05/balancos-1t14-kepler-weber-pine-kroton.html
Grande Abraço!!!
Passo sim.
ExcluirAbraços
Ola, AdP, parabéns pelos blog.
ResponderExcluirJa pensei em investir em FII. Mas a necessidade de estudo e acompanhamento pode ser comparada a das ações. Fiquei na duvida se não e melhor investir só em ações que tendem a dar maior retorno no longo prazo. Investir em FII seria mais pra diversificar mesmo? O q vc acha?
Eu acredito que as ações darão retorno maior do que os FII, mas estes não parecem ser ruins. Para uma diversificação, remuneração e fluxo mensal os FII valem a pena.
ExcluirAbraços
Oi alem da poupança, muito legal sua postagem. Eu sou iniciante em FII e tenho poucos investimentos nesta linha ainda mas estou estudando. Se puder escrever algum dia, ou se tiver algum link para recomendar, gostaria de saber mais sobre tributação de FII. Como é calculado o imposto nas vendas com lucro? Vendas com prejuízo compensam vendas com lucro no futuro? Os cálculos incluem as corretagens? Ou até mesmo, como emitimos aquela darf no caso de lucro para pagarmos?
ResponderExcluirObrigada
Olá Mariana,
ExcluirBoa ideia para uma postagem.
"Vendas com prejuízo compensam vendas com lucro no futuro?"
Sim.
"Os cálculos incluem as corretagens?"
Sim.
"Ou até mesmo, como emitimos aquela darf no caso de lucro para pagarmos?"
No site da Receita se acha. Não tenho o link agora, mas é por lá.
Abraços
Essa Mariana não me engana, é homem!
ExcluirTá usando a velha tática de se disfarçar com nome feminino apenas para ver se o blogueiro se sensibiliza mais e responde as dúvidas.
Eita pilantragem...mas estamos de olho maluco!
Eu tento responder a todos, então é perda de tempo alguém tentar fazer isso aqui.
ExcluirAbraços
Excelente post AdP.
ResponderExcluirTenho uma pergunta: existe isenção no lucro de FII para valor abaixo de 20k como em ações??
Um abraço.
Tem não, anônimo. Fundos imobiliários são fundos de investimento e por isso não existe isenção legal. A única isenção para os FII são dos aluguéis distribuídos, quando satisfazem algumas condições.
ExcluirAbraços
muito bom, AdP... vou ler melhor as postagens do Soul e outros para montar minha carteira... seu post me animou em relação às FIIs.
ResponderExcluirConcordo com voce, adorei o estudo, mas a bolha imobiliaria eh real e vai ferrar muita gente. Basta olhar nas ruas: o que nao falta são pontos comerciais fechados por falta de locatarios. Os balancos das construtoras tambem mostram aumentos constantes os estoques. A coisa é feia e mesmo que nao estoure como uma bolha pode ficar tudo parado por muitos anos, apenas deixando a inflacao corroer os valores. Abraco
ResponderExcluirBoa análise, parabéns! Como sugestão, vale analisar também o risco, medido pela volatilidade de cada ativo. Tenho TD´s e FII´s em minha carteira, e ambos tem variado bastante nos últimos meses, tanto pela questão do ajuste da SELIC quanto pelo ajuste no preço dos imóveis. Abraços!
ResponderExcluirBoa tarde, o dificil é escolher as FII, podia escrever um artigo sobre isso.
ResponderExcluirAbçs
Olá anon,
ExcluirRecomendo a leitura dos artigos do Soulsurfer. Vou deixar os links abaixo:
http://pensamentosfinanceiros.blogspot.com.br/2014/05/fii-parametros-objetivos-para-analise-e.html
http://pensamentosfinanceiros.blogspot.com.br/2014/02/como-estruturar-uma-carteira-de-fii.html
http://pensamentosfinanceiros.blogspot.com.br/2014/02/comentarios-sobre-fii-logisticacomercial.html
http://pensamentosfinanceiros.blogspot.com.br/2014/02/analise-fii-educacionais.html
http://pensamentosfinanceiros.blogspot.com.br/2014/02/comentarios-fii-hospitaisagencias.html
http://pensamentosfinanceiros.blogspot.com.br/2014/02/comentarios-sobre-fii.html
http://pensamentosfinanceiros.blogspot.com.br/2014/02/comentarios-sobre-fii-fundo-de-fundos.html
http://pensamentosfinanceiros.blogspot.com.br/2014/02/comentarios-sobre-fii-fundos-de.html
http://pensamentosfinanceiros.blogspot.com.br/2014/02/comentarios-sobre-fii-fundos-de_22.html
http://pensamentosfinanceiros.blogspot.com.br/2014/02/comentarios-sobre-fii-fundos-com-rmg-e.html
http://pensamentosfinanceiros.blogspot.com.br/2014/04/fii-meu-rating-pessoal-dos-fundos.html
Abraços
Texto muito interessante,
ResponderExcluirO comparativo foi muito didático,
Deixar eu ver se entendi direito, do jeito que as coisas andam no brasil neste exato momento (21Janeiro2015). Uma eleveção na selic para os proximos dias, semanas, somada à uma vontade do governo de começar a taxar as LCas e LCis, tornam as Fiis interessantes para quem tem interesse em entrar/começar agora nesse tipo de investimento visando aos yields e ao longoprazo??
Em sua opinião e preferência pessoal para "dividendos" o senhor prefere "blue chips" em bolsa ou fundos imobiliarios? (E qual a diferença basica entre os mesmos no que se refere ao imposto de renda. Sei que nos fiis os yields são isentos, mas o lucro c/ papel recolhe-se 20%. Nas ações para uma movimentação/lucro abaixo de 20K mensais existe uma isenção, correto?)
Também li recentemente que a CEF pode subir os juros de seus financiamentos imobiliarios para imoveis entre 700k e 1 milhão (por uma certa "pressão do governo" na ajuda pelo superavit), consequentemente, os outros bancos também subiriam seus juros. O senhor acha que essa mudança poderia influenciar nos preços dos Fiis de alguma forma?
Desde já muito grato pelo seu tempo e sua compreensão,
Cordial e Atenciosamente,
Tony ll
Olá Tony,
Excluir"Uma eleveção na selic para os proximos dias, semanas, somada à uma vontade do governo de começar a taxar as LCas e LCis, tornam as Fiis interessantes para quem tem interesse em entrar/começar agora nesse tipo de investimento visando aos yields e ao longo prazo??"
Pode ser que sim. Mas não se pode avaliar os FII apenas baseado em Selic. Cada um tem sua particularidade.
"Em sua opinião e preferência pessoal para "dividendos" o senhor prefere "blue chips" em bolsa ou fundos imobiliários?"
Em minha opinião, prefiro investir em ações, não necessariamente de "blue chips". Prefiro investir em empresas a investir em imóveis, apesar de ter posição nos dois.
"E qual a diferença basica entre os mesmos no que se refere ao imposto de renda. Sei que nos fiis os yields são isentos, mas o lucro c/ papel recolhe-se 20%. Nas ações para uma movimentação/lucro abaixo de 20K mensais existe uma isenção, correto?"
Sua afirmação está correta. Nas ações a isenção é sobre vendas menores de 20k ao mês, não o lucro.
"Também li recentemente que a CEF pode subir os juros de seus financiamentos imobiliarios para imoveis entre 700k e 1 milhão (por uma certa "pressão do governo" na ajuda pelo superavit), consequentemente, os outros bancos também subiriam seus juros. O senhor acha que essa mudança poderia influenciar nos preços dos Fiis de alguma forma? "
Não tenho opinião formada sobre o assunto por ser leigo. Pergunte ao Soulsurfer que talvez ele tenha algo a te dizer: http://pensamentosfinanceiros.blogspot.com.br
Abraços
Ola ADB,
ResponderExcluirQuais as corretoras voce esta utilizando para TD e ações? Vc usava a banif, como eu, mas virou directa, e agora rico - iniciando cobrança de taxa de custodia. Pensei em mudar, mas não conheço nenhuma das corretoras que não cobra tx no sitedo TD. Alguma dica? Abs e valeu!!! Blog ta nota mil!
Olá LF,
ExcluirEu não comento qual corretora que opero por questões de segurança. Mas o TD possui um ranking de taxas:
http://www3.tesouro.gov.br/tesouro_direto/consulta_titulos_novosite/consulta_ranking.asp
Abraços
Bom dia AFP,
ResponderExcluirJa faz quase um ano, que fez esta sua postagem e continua sendo um assunto muito atual.
Estou saindo de um investimento em credito privado, que ficou muito arriscado depois do escândalo lava jato e ja tinha concluído que a decisão fica entre FII e TD. Ações já tenho suficiente.
Poderia fazer um breve comentario como fica a simulação com o cenario atual?
FII rendendo 12% aa e a Selic em 13% aa
desculpe anônimo logo acima: Maico.
ExcluirTo sem minha planilha aqui no momento, mas voce mesmo pode fazer a simulação. Baixe aqui a planilha
Excluirhttp://alemdapoupanca.blogspot.com.br/2014/05/planilha-de-simulacao-de-compras.html
O TD pode ser simulado na calculadora do Tesouro Direto.
Abraços
minha simulação foi com NTB-B para maio 2019 com taxa 6,33% aa , que é a mais alta disponível.
ResponderExcluirComparei com FII RNGO11 1%aa com preço de R$76.
Fui conservador e fixei repasse de preço em 3% a.a. devido a grande oferta.
O resultado foi 10% melhor para FII
Minha conclusão: 10% não vale o risco de uma FII
-vacância
- repasse de preços abaixo da inflação
- taxação dos rendimentos
grato pela ajuda
digo: FII com 1% ao mes não aa
ResponderExcluirMaico
E hoje Adp, com as novas turbulências, como vc vê essa relação?
ResponderExcluirOlá Marcelo,
ExcluirEm minha humilde visão, minha opinião da postagem continua na mesma.
Abraços
Muito bom esse artigo!! Bastante esclarecedor, obrigado e parabéns!!
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