O mercado de ações brasileiro
está em um momento conturbado e a pergunta do título desta postagem é encarada,
por muitos, com alto grau de desconfiança. Dentre as diferentes classes de investimento,
as ações deveriam render mais? E a atraente renda fixa brasileira?
Como é sabido, as ações são a
menor porção representativa do capital social de uma empresa. Quanto mais ações
um investidor possuir, maior parcela de uma empresa estará em sua posse. Logo, comprando ações, você será dono de uma
empresa, que são organizações que têm por razão de existência a obtenção de
lucros através da produção e venda de produtos e/ou a prestação de serviços.
Entretanto, o gerenciamento de
uma empresa voltado para o atingimento deste objetivo não é uma tarefa nada fácil. É
necessária a atenção a uma série de medidas: recrutamento de profissionais para selecionar os melhores talentos; treinamentos; análise de perspectivas;
reposição e manutenção de maquinário; expansão orgânica; controle de dívidas;
gestão de estoques; atendimento a clientes; concorrência; gestão profissional; marketing;
comitê de risco; pagamento de impostos; leis; automação; vendas; inovação;
marcas; distribuição de proventos; relacionamento com acionistas; processos
legais; atualização tecnológica, dentre muitas outras. Lembre-se que
referimo-nos às empresas da bolsa, que estão presentes no nosso dia-a-dia e
estão entre as maiores do Brasil, como por exemplo a Cielo, Klabin, Bematech,
CCR e BRF Foods. São empresa que nunca seríamos sócios caso não existisse a
bolsa de valores.
Uma notável característica do investimento em ações é que o investidor não possui uma taxa pré-acordada, ou seja, não tem a menor ideia de
qual será o retorno deste investimento ao longo do tempo. Entretanto,
tornamo-nos donos de um empreendimento dinâmico, com possibilidades de
crescimento.
Para aqueles que desconfiam das
ações, há também a renda fixa. Basicamente ela é constituída por títulos que representam um
acordo de pagamento em uma data específica. De antemão o investidor já sabe
qual a taxa que receberá. Entretanto, ele não receberá nada acima ou abaixo do
que foi pré-acordado.
No mercado, a correlação prática
entre os ativos da renda fixa e as ações é de que, em geral, os ativos de renda
fixa (LCI, LCA, debêntures, CDB, etc) tem na outra ponta o financiamento de
operações das empresas . Uma exceção seria o Tesouro Direto, onde na outra ponta
está o governo, mas sua taxa é semelhante às outras classes de renda fixa. Logo,
os títulos de renda fixa são na verdade instrumentos de captação de recursos para
financiamento das atividades ou operações das empresas, como CCR, Weg e Cielo.
Diante disso, na hipótese de uma empresa lançar debêntures no mercado para financiar a expansão de seu parque, faria sentido o
dono de uma empresa ganhar menos dinheiro com o aumento da capacidade produtiva de seu empreendimento do que os detentores das debêntures? Faria
sentido o detentor de um CDB ganhar mais dinheiro que o dono do banco na
concessão de empréstimos a seus clientes? Faria sentido o detentor de uma LCI
ganhar mais dinheiro que a empresa na prestação do empréstimo imobiliário? Não,
não faz sentido!
Apesar dos detentores de títulos
de renda fixa contarem com a previsibilidade, não faria sentido o dono de uma
empresa passar por diversos riscos e tratar de inúmeras questões (elencadas no
terceiro parágrafo desta postagem), e ainda por cima ganhar menos. Se isto
acontecer, seria mais negócio o empresário liquidar os ativos de sua empresa e aplicá-los
em debêntures, LCA e CDB, até que os donos das empresas lançadoras destes
títulos fazerem o mesmo numa espécie de bola de neve, de forma que não seria
vantagem nenhuma abrir e gerenciar uma empresa.
Tornando-se dono de uma empresa, você
contará com um corpo técnico responsável por pensar, diariamente, em novas
formas de lucrar mais, podendo, inclusive, lançar títulos de renda fixa para
financiar seus projetos. Como estamos falando de empresas, da mesma forma que
os projetos de expansão e financiamento de atividades pode dar certo, estes
projetos também pode dar errado. Por isso, apesar da empresa possuir uma
expectativa de lucrar mais com a operação do que o detentor do título da renda
fixa, o retorno dela é incerto. Assim, podemos dizer que as ações deveriam
render mais que as classes de renda fixa, mas não podemos afirmar
categoricamente que renderão.
Atualmente, diante da situação
política-econômica do país e da queda vertiginosa do mercado de ações, muitos pregam
ser prudente o investimento na renda fixa devido ao ambiente não propício às
operações empresariais. O que vemos, então, é a quantidade decrescente de CPF’s
da bolsa. Mas não deveria ser o contrário? Será que este mesmo investidor está
esperando comprar barato no momento em que o país estiver crescendo e com a
situação política estável, com uma capacidade produtiva a todo vapor? Este
investidor espera investir em uma situação como a de 2007, quando o PIB cresceu
6,1% e inflação de 4,4%, no qual, um ano depois, houve uma das maiores hecatombes
da história do capitalismo? Apesar de não ser plausível, nossa situação atual
não está tão ruim comparando-a com 2003, quando Lula, assumidamente um político
da esquerda, tornou-se presidente, SELIC em 26%, país em recessão e inflação de
9,3%, sendo este o mesmo ano de início de uma forte alta das ações. Qual seria
o momento de investir em ações: quando todo mundo está querendo entrar ou
quando todo mundo está querendo sair?
Amigos, não podemos enxergar a
renda variável como renda fixa. O que percebe-se é que algumas pessoas não têm
apetite para a renda variável. Elas não suportam ver a cotação caindo por
longos períodos e não conseguem suportar quando as suas empresas não conseguem
aumentar seus lucros trimestre após trimestre. Muitos queriam que a renda
variável funcionasse de forma semelhante à renda fixa, mas não é assim que
funciona. Empresas, mesmo as não cíclicas, não crescem consistentemente todos
os anos. E mesmo que estas empresas crescessem, o mercado ainda pode ignorar por
um tempo seus resultados devido sua impressão perante o país ou perante algum
outro motivo qualquer.
Além dos motivos elencados acima,
com o tempo a renda per capita cresce, a expectativa de vida alonga, as
negociações entre os países são expandidas, a tecnologia avança, a população
aumenta, novos produtos surgem (muitos deles mudam nosso modo de vida
drasticamente) e o consumo se amplifica, o que estabelece o ambiente propício
para a expansão das empresas existentes e o surgimento de novas empresas
Portanto, diante do que foi
comentado até aqui, enquanto nosso sistema econômico for capitalista, é de se
esperar que o investimento em ações de grandes empresas deveria render mais que
as classes de investimento da renda fixa. Isso só não aconteceria se você
acreditar que chegamos no auge do capitalismo e da sociedade contemporânea, ou
seja, já inventamos tudo que tinha que inventar, a renda não vai aumentar e o
consumo não se expandirá. Pelo menos, desde o fim do feudalismo até os dias de
hoje, as coisas foram crescentes, mesmo considerando que a sociedade tenha passado
por alguns solavancos no meio do caminho.
ADP,
ResponderExcluirO seu post foi simplesmente ESPETACULAR! É para imprimir, emoldurar e colocar num quadro na parede. Concordo com cada vírgula do mesmo, sem tirar nem por. Quando o tempo fizer o seu papel, vamos juntos dar risada dos babacas que fogem da Bolsa por causa do seu tão importante custo de oportunidade.
Abraços.
Olá IL, que bom que tenha gostado da postagem.
ExcluirAbraços
Você tem lido os posts do Instituto Mises? Tem um de hoje falando sobre a necessidade de gerar riqueza para acabar com a pobreza, Parabéns pelo texto e está vez melhor.
ExcluirOValter
O que não pode ser ignorado e o custo de oportunidade.
ResponderExcluirPois é.
ExcluirAbraços
Olá AdP,
ResponderExcluirRespondendo secamente a sua pergunta... Sim, deveria, porém... O que muita gente esquece é que o motivo pelo qual deveria render, é por conta do risco do ativo ser maior do que a da renda fixa, logo, por causa deste risco devemos aplicar um "abono" no retorno. Contudo, risco é risco, você pode ganhar ou perder dinheiro, e muitas pessoas esquecem da segunda parte.
Uta!
use com responsabilidade o dinheiro do nosso imposto aí no Canadá
ExcluirO que acontece muito é a pessoa investir falando que vai ser para o longo prazo, mas aí passa um ano, dois, três, a bolsa de lado, aí diz que bolsa no Brasil não funciona, a renda fixa é muito atraente, dentre outros chavões. Ou seja, ele queria que a renda variável se comportasse como renda fixa, mas não é assim.
ExcluirAbraços
AdP o texto reúne simplicidade e importantes conceitos propagados pelo cachorrão. Só faz sentido ter empresa se esta der retorno maior que a renda fixa, senão não existiriam empresas.
ResponderExcluirOlá anônimo,
ExcluirPermita-me amigavelmente discordar sobre comparar a postagem com os dizeres do Bastter. Vou comentar cada parágrafo.
O primeiro parágrafo é apenas uma introdução.
O segundo parágrafo onde falo o que é uma ação, ok. Bastter fala isso, assim como qualquer livro de mercado de capitais, contabilidade, wikipedia, e até Warren Buffett relembra o que é na verdade uma ação.
No terceiro parágrafo enfatizei algumas preocupações do empresário tocante a administração do seu empreendimento. Não estou lembrado do Bastter falar sobre isso.
No quarto parágrafo finalizei a breve explicação sobre ações falando que não se sabe o retorno. Essa é uma informação largamente conhecida.
No quinto parágrafo puxei o assunto para a renda fixa, e expliquei sua principal característica que é a taxa pré acordada, informação bastante conhecida também.
No sexto parágrafo afirmei que a renda fixa serve como instrumento para captação de recursos para as empresas, muitas delas com ações negociadas na bolsa. E citei que há exceções, como o Tesouro Direto, mas com taxas semelhantes às demais. Essa informação é daquele tipo onde no fundo a maioria dos investidores sabem, mas nunca pararam para pensar. Nunca vi o Bastter comentando isso em seus vídeos.
No 7º Parágrafo alonguei o 6º e perguntei se há sentido o lançador da RF ganhar menos que o investidor de RF. Outra informação que acredito não ser propagandeada pelo Bastter.
No 8º parágrafo alonguei mais o assunto, somando as questões do 3º parágrafo.
No 9º parágrafo ressaltei que a intenção é ganhar mais que a RF, mas não é certeza. É um conceito que Bastter e seus fãs também sabem, mas não vejo ele propagar isso recorrentemente, ao contrário dos "P/L não serve para nada", "holder não olha cotação", "calcular rentabilidade é coisa de manada", "PN é uma ação feita para ferrar os minoritários" ou "banco só se escolhe entre os 3 grandes e pronto".
No 10º parágrafo fiz uma comparação entre a situação política-econômica e o investimento em ações, citando que o momento de entrar pode ser quando todo mundo quer sair. Agora sim, pode ser um conceito falado por Bastter, mas não só por ele. Há livros que falam sobre isso, até mesmo o Warren Buffett, Lirio Parisotto e outros comentam isso.
No 11º parágrafo onde comentei que pessoas querem enxergar a renda variável como renda fixa, ok, Bastter já falou sobre isso.
No 12º adicionei uma questão a favor do investimento em ações, que é a expansão contínua do capitalismo, com aperfeiçoamento da tecnologia e aumento da renda. Nunca vi Bastter comentado sobre isso.
No 13º é a conclusão.
Portanto, nada contra o Bastter (muito pelo contrário), mas não concordo muito com a ideia de que a postagem reúne os conceitos que ele costuma propagar. O fato da escrita ser simples, assim como o Bastter faz em seus vídeos e no site, não significa que os conceitos sejam parecidos.
Abraços
ADP, seu texto foi ótimo, mas o anônimo citou o Bastter simplesmente porque há sim alguns conceitos que ele já mencionou, mesmo que de forma esporádica e sucinta. Não entendo o motivo de você se ofender por ter escrito sobre algo que alguém já falou. Repito: seu texto é otimo, detalhado e com argumentos sólidos e inovadores, mas o tema não é novo e você não precisa se ofender se lembrar do Bastter por aqui.
ExcluirExcelente artigo, ADP! Compartilhei lá no Guia Invest para a galera ler...
ResponderExcluirOlá André, é um prazer vê-lo por aqui. Obrigado pelo apoio. Abraços
ExcluirAdP, muito bom post. Atenção especial para a sutileza da palavra "deveriam" no título, pois como você bem disse, elas deveriam, o que não significa que irão render, justamente pelas variáveis (mercado, gestores, competência, estratégia, etc).
ResponderExcluirAbraços
É verdade, EI. Pela lógica a empresa quer ganhar mais quando lança o título de renda fixa, mas há riscos envolvidos no negócio.
ExcluirAbraços
Adorei seu post AdP, também penso da mesma forma, no regime capitalista, qual a razão de se ter empresa senão do que lucrar mais que a renda fixa ? ao investidor basta acompanhar a mesma, os fundamentos, escolher boas empresas e que no longo prazo o investimento será compensado.
ResponderExcluirAdP também divulgo carteira.....abraço...
Eu te adicionei, Beto.
ExcluirDevido a alta evasão dos blogs novos, eu tenho como política adicionar um blog quando ele tem pelo menos 6 meses de vida, com no mínimo uma postagem por mês. Você já está na lista.
Abraços
me add tbm AdP, fazendo favor: mario.blog.br
Excluirflw vlw!
Opa, pode me add tbm. Não comento muito nos blogs, mas publico todo mês e tenho mais de 6 meses...
ExcluirCertamente há exemplos de sucesso em acoes, principalmente na década dos anos 2000 quando o Brasil teve um crescimento extraordinário. Mas hoje penso que não vivemos um capitalismo pleno, há várias distorções no mercado brasileiro como inflação alta, governo intervencionista, e principalmente taxa de juros elevadas, que não acaba não compensando muito o risco retorno de se aplicar na bolsa. Mas certamente há boas oportunidades basta ter visão de longo prazo.
ResponderExcluirNa década de 2000 as coisas também não eram nada boas. Pelo menos no começo a inflação alta, a SELIC alta, e o PIB era muito fraco. Se não me engano o Brasil nem tinha reservas e devia para o FMI. Mesmo assim o mercado de ações foi favorável.
ExcluirAgora, se o capitalismo está deixando de existir no Brasil, aí sim será motivo de preocupação. Mas não apenas para as ações.
Abraços
AdP,
ResponderExcluirÉ isso mesmo, perfeito o post. A questão é que estamos em um país onde a renda fixa é extremamente atrativa, o que cria na minha leiga opinião um cenário mais difícil para as empresas. Uma coisa é ter juros básicos de 0.25% ao mês e crescer 1% ao mês é excelente.
Outra coisa é ter juros básicos de 1% ao mês. Crescer 1.5% ao mês, 2% ao mês é uma missão bem difícil. Sei que minha "análise" possa ter algum furo ridículo que não tenha percebido, se alguém puder comentar acerca disso eu agradeceria :)
Ah, e assim como o Beto aí em cima eu também divulgo carteira, me adiciona aí se der kkkk --------->
Grande abraço!
A sua visão é correta mesmo. E nem só pelo esforço em tentar crescer e gerar mais retorno que a RF, como também o esforço em captar capital em um mercado onde a RF é atraente. Durante a tentativa de captação de recursos, um empresário tem que se esforçar em mostrar ao mercado que investir na sua empresa será mais compensador que investir na atraente renda fixa. Quanto mais atrativa for a RF, mais o empresário tem que rebolar. Não é a toa que nossa bolsa tem uma quantidade pequena de empresas quando comparada a países até menores.
ExcluirAbraços
Deveria, mas...
ResponderExcluirBrasil tem os juros reais mais altos do mundo.
O governo é extremamente intervencionista e prejudica o planejamento das empresas.
Fora os gargalos tributários e de infra-estrutura que trazem prejuízo para todos.
II,
ExcluirE isso gera uma enorme oportunidade, exatamente por sermos um país de terceiro mundo. Lentamente o Brasil avança, apesar do PT, que um dia sairá do poder.
Quem tiver visão de futuro e investir em empresas boas e bem administradas será recompensado lá na frente. Quem ficar de mimimi e apenas na renda fixa achando que nossos juros serão essa mamata para sempre vai lamentar-se depois.
Cada um enxerga o copo de um jeito e o nosso país, apesar de tudo, é um ótimo lugar para ganhar dinheiro.
Abraços.
Você pensaria assim do Brasil se tivesse nascido na Suíça? :)
ExcluirColocou um ponto final de forma magistral numa discussão que vez ou outra surgia em comentários de diversos blogs. Excelente post!
ResponderExcluirObrigado pelo apoio. Troll. O que me motivou a fazer a postagem foram justamente estas discussões.
ExcluirAbraços
Olá ADP,
ResponderExcluirExcelente artigo!!!!!
Nós que investimos em renda variável, em alguns momentos de baixa, colocamos em xeque essa máxima em que a renda variável deveria render mais do que a renda fixa, pois não é o que parece, sendo assim achamos que fizemos escolhas erradas de investimento. O mais importante é manter a disciplina e crer que a economia é cíclica e em algum momento, a nossa disciplina em manter o investimentos em períodos como esse será recompensado financeiramente num futuro.
www.nzofinancas.blogspot.com.br
Sim, e a cada ano que passa com o mercado de lado se enfraquece a crença de que a renda variável vale a pena. Entretanto, não é a primeira vez que isso acontece. Veremos o desenrolar nos próximos anos.
ExcluirAbraços
Muito bom texto, AdP! Mas o investidor pessoa física tem que atentar para alguns fatos.
ResponderExcluirQuando você menciona que ao comprar as ações nos tornamos donos, me desculpe, mas isso é não é verdade. A não ser que vc compre em volumes grandes o suficiente para ter direito a voto e tudo mais, vc não é, na prática, dono de nada. O pequeno investidor não pode mandar em nada. Se estiver insatisfeito com alguma coisa, não pode mudar. Se a empresa estiver indo mto mal das pernas, ele não pode chegar lá na empresa e falar "vou levar esse computador aqui, porque ele vale X% e eu tenho Y ações."
Ações são PAPÉIS, lastreados em empresas. O que investidor possui são papéis. E não empresas. Como dito, só em volumes consideráveis isso se inverte.
Mas a grande chave disso foi o que você coloco: DEVERIAM.
Inclusive, no Brasil, não houve prêmio de risco por investir em ações durante diversas janelas de tempo do "longo prazo".
Na verdade, isso é um movimento natural do mercado. Na medida que a renda fixa fica mais atrativa, os investimentos migram para ela. Por uma simples questão de fluxo do dinheiro e oferta x demanda, isto acaba deixando os ativos de renda variável "depreciados". Enfim, é o tal custo de oportunidade. Se vc consegue com tranquilidade 7% de juros reais, pq vai se arriscar? Existem vários estudos que mostram que uma média boa é 4% reais, chegando a 6%. O Brasil, neste ponto, é um país muito singular.
Estamos num momento bom para comprar ações? Em 2011 estávamos e de lá pra cá se passaram 4 anos. Se nesse meio tempo muita coisa depreciou, os próximos 6 anos precisarão ser dourados, pra compensar estas quedas e, ainda por cima, fazer o negócio disparar ao ponto de deixar a renda fixa pra trás... não que seja impossível; PETR4 subiu a taxas acima de 50%aa no boom dos anos 2000....
Respondendo sua própria pergunta do título: DEVERIAM? Sim, com certeza! Mas o que acontece quando o leite azeda? A cabeça do investidor ao comprar papéis tem que ser pensando se o tal "deveriam" justamente andar pro lado errado.
[]s!
Grande Dimarcinho, muito bom vê-lo por aqui. Obrigado pela sua contribuição. Vou comentar alguns pontos em questão.
ExcluirPrimeiro, não concordo com sua ideia sobre o que é ser dono negócio. Na verdade, esta sua definição é nova para mim, pois nunca encontrei esta definição em qualquer literatura. Você citou que para ser dono é preciso comprar em grandes quantidades pois somente assim é possível mandar na empresa. Entretanto, se isso fosse verdade, teremos diversas empresas na bolsa sem dono, pois sua posição acionária é pulverizada.
O fato de ações serem "papéis" é irrelevante. Eu tenho papéis, assim como o controlador também. O que prova que você é dono do seu imóvel não é um papel? E de um carro, não é também?
Pelo seu raciocínio de que o dono é apenas aquele que manda, então se 3 amigos formarem uma empresa, onde o primeiro possui 52% das cotas e os outros dois possuem 24% cada, então somente o primeiro será o dono. Se você encontrar alguma literatura que afirme isso, então concordo com você.
Além disso, pelo seu raciocínio, o dono da empresa seria apenas aquele que tem poderes suficientes para retirar um bem. Entretanto, nem o controlador de uma empresa poderia fazer isso. Isso está baseado em um princípio da contabilidade chamado “Princípio da Entidade”, onde o patrimônio da empresa não pode ser confundido com o patrimônio do(s) dono(s), independente deste pertencer a um grupo de pessoas a apenas uma. Se ele fizer isso que você está fazendo, ele cometerá fraude, e os contadores terão que fazer manobras para disfarçar esta fraude por causa da auditoria. Se ele fosse o dono todo poderoso que você afirmou, então o contador não precisaria fazer estas manobras.
Não é do jeito que você escreve que funciona pois, se fosse assim, então, pelo seu raciocínio, o investidor que possuir 50% mais uma ação de uma empresa poderia sair levando tudo para casa, sair liquidando prédios e terrenos e creditando o dinheiro em sua conta, pois afinal ele é o dono, enquanto os outros 49%, por estarem pulverizados, só restam olhar, não podendo contar com qualquer respaldo legal. Isso não faz sentido.
Um investidor que compre 1 ação é dono da empresa pois ele será beneficiado pelo resultado operacional da empresa. Ele terá o mesmo direito que o controlador, como por exemplo o recebimento de dividendos, juros sob capital próprio, participação de assembleias, direito de subscrição e direito de 1 voto por ação ordinária (ou preferencial em alguns casos), diferenciando-se apenas em alguns aspectos como Tag Along ou outros definidos em estatuto.
---Continuando devido à limitação de 4096 caracteres dos comentários...
Excluir“Inclusive, no Brasil, não houve prêmio de risco por investir em ações durante diversas janelas de tempo do "longo prazo".”
O que é investir em ações para você, o índice Ibovespa?
“Na verdade, isso é um movimento natural do mercado. Na medida que a renda fixa fica mais atrativa, os investimentos migram para ela. Por uma simples questão de fluxo do dinheiro e oferta x demanda, isto acaba deixando os ativos de renda variável "depreciados".”
Pode parecer natural, mas não é óbvio e certo. Por exemplo, Ken Fisher fez estudos mostrando que estas questões como “renda fixa subiu, então renda variável vai cair”, uma afirmação natural, óbvia e largamente repetida, é na verdade falha na maioria dos casos. Ele desmascarou outras obviedades, como por exemplo onde dizem que empresas grandes oscilam menos que as pequenas, dentre outras.
“Enfim, é o tal custo de oportunidade. Se vc consegue com tranquilidade 7% de juros reais, pq vai se arriscar? Existem vários estudos que mostram que uma média boa é 4% reais, chegando a 6%.”
Sim, concordo com você. 7% real de juros é bem atrativo. Mas parece que nem todos pensam assim, pois tem gente disposta a arriscar. A Bovespa não está fechada e têm muitos investidores pessoa física, pessoa jurídica e investidores institucionais que não fazem trades, assumindo o papel de sócio.
‘Em 2011 estávamos e de lá pra cá se passaram 4 anos. Se nesse meio tempo muita coisa depreciou, os próximos 6 anos precisarão ser dourados, pra compensar estas quedas e, ainda por cima, fazer o negócio disparar ao ponto de deixar a renda fixa pra trás... não que seja impossível; PETR4 subiu a taxas acima de 50%aa no boom dos anos 2000....
Respondendo sua própria pergunta do título: DEVERIAM? Sim, com certeza! Mas o que acontece quando o leite azeda? A cabeça do investidor ao comprar papéis tem que ser pensando se o tal "deveriam" justamente andar pro lado errado.”
Sim, concordo também. Estamos de lado faz tempo enquanto a renda fixa está subindo devagar (e nem tão devagar assim) e sempre, de forma que a bolsa teria que subir bastante para valer a pena. Mas aí já cairemos no campo do “se”, indo mais para futurologia. Não recrimino se você prefere investir na renda fixa a investir na renda variável devido a possibilidade do “leite azedar”, mas a postagem só teve a intenção de deixar claro que as ações deveriam render mais.
Abraços
Fala, AdP,
Excluirprimeiro sobre a questão do "dono". Talvez aqui é uma questão de semântica, mas eu tenho uma visão muito diferente entre o que é um dono e o que é um sócio. Uma empresa com 3 amigos, um com 52% manda em cima dos outros dois JUNTOS. As decisões que ele toma são as que interessam. Veja que neste caso, mesmo tendo 24% do negócio, o SÓCIO não manda em nada. Se o maior acionista possui 50%+1 ação, ele é automaticamente o "dono" da empresa.
E, como dono, ele tem muito, mas muito poder. Claro, há limitações contratuais, etc, etc, etc. Mas no fim das contas é ele quem vai tomar todas as decisões. E neste tipo de situação, é muito fácil depreciar a própria empresa a um valor esdrúxulo, fazendo com que os outros sócios vendam suas partes por valores irrisórios e ele acaba virando o DONO mesmo da empresa, com 100% das ações.
Isso tudo descrito acima é impossível de ocorrer a um acionista minoritário. Vou chegar no posto da esquina e falar pro cara "Eu sou dono da empresa que fabrica essa gasolina". Ele vai rir, rsrsrsrs.
Sobre o estudo de ações, a maioria esmagadora deles se baseia nos índices de mercado. Quando falamos de um estudo americano que mostra que as ações bateram a renda fixa em determinado período, isto pode ser traduzido como "O S&P500 bateu os Bonds/Tips em determinado período".
Aqui um erro comum: as pessoas pensam que, ao montar uma carteira "melhor" (o que seria melhor?) do que o índice, irão bater ele. Mas estes mesmos estudos, mostram que os fundos de ações perdem feio pro índice.....
Qual o nosso índice? O Ibovespa? É ruim, em termos de Análise Fundamentalista? É, concordo. Mas com o tempo ele vai mudando. E isso não irá aparecer em análises estatísticas que fizerem daqui a 50 anos.... este é outro ponto ignorado.
Não conheço tal estudo do Ken Fisher, poderia passar, por favor?
A questão que este movimento existe e é um fato. Caso contrário, para o capitalismo agora. Agora, existe um outro ponto meio ignorado nessas análises que é o fluxo do dinheiro. Estou pra fazer um post sobre isso, mas se o mercado fosse fechado (sem dinheiro entrando ou saindo), então seria um jogo de soma zero.
[]s!
Pode ser questão de semântica, mas eu não vejo diferença relevante entre sócio e dono. Eu sou sócio de uma empresa ou dono de um pedaço da empresa. Qual a diferença? Sócio ou dono não tem relação de poder com a empresa. O poder se dá pelo tamanho do seu pedaço como sócio ou dono.
ExcluirJá falei lá no post do IL. O Ibovespa como índice era muito ruim até o ano passado e agora está melhor, mas se quer um bom índice use o IBRX (para o passado), ele mostra com certa relevância uma média do mercado. Para o futuro, pelas mudanças do Ibovespa, acredito que ambos devam ter performance semelhante.
O ponto do capitalismo, citando o que foi falado no post, é verdade que o dinheiro para financiar as empresas deve dar um retorno maior que a taxa livre de risco.
Porém lembre-se que as ações negociadas na bolsa não tem qualquer influência para a empresa, pois a captação se deu no momento do IPO, agora as ações negociadas no mercado movimentam apenas dinheiro pra lá e para cá, não influenciando em nada a empresa.
Talvez por isso tão poucas empresas estão fazendo IPO recentemente, justamente pela dificuldade de atrair investidores com uma taxa de juros tão alta na RF.
Abraços
olha que beleza
Excluirhttp://www.valor.com.br/empresas/3862122/azul-adia-ipo-por-condicoes-adversas-de-mercado
Estou arrepiado com essa definição do Dimarcinho sobre o que é ser o DONO de uma empresa. É fácil perceber quando alguém não entende de um assunto e começa a pisar em ovos, assim como ele fez quando o questionei sobre as atribuições da CVM. Dimarcinho realmente está seguindo os passos do Mizifio, inclusive deixando essas pérolas nos comentários... rs
ExcluirPessoal,
ExcluirVou ter que discordar do Dimarcinho de novo, rs. Não interessa se você tem uma ação ou um milhão de ações da Ambev, por exemplo. Ambos são SÓCIOS e ponto final!
A única diferença é a participação de cada um no capital da empresa. É óbvio que quem tem mais ações é o sócio majoritário, ou seja, quem manda, mas todos, sem exceção, são donos da empresa sim senhor!
Abraços a todos.
Vamos lá:
Excluirhttp://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/definicao/dono%20_948107.html
E aí, Troll, vai ficar "arrepiado" com o dicionário tb? rs
Quer dizer que se vc tem vc tem 1 ação da Petrobras é dono da mesma?
Nos termos do dicionário: quem tem 1 ação da Petrobras é "PROPRIETÁRIO" da Petrobras?
Resposta: um grande e gigante NÃO.
Quem tem 1 ação da Petrobras é proprietário desta 1 ação da Petrobras.
Ser sócio é muito diferente de ser dono.
Mesmo dicionário:
http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=s%F3cio
EI, falei acima que a posição para um pequeno investidor é ridícula. Quando há uma posição maior, aí sim, ele pode começar a tomar decisões que possam afetar o andar do negócio, muito mais próximo de um dono. Um sócio minoritário, como nós, ao vermos a empresa trilhar caminhos do qual não estamos satisfeitos não podemos fazer, basicamente, nada. Como sócio só sobram duas opções: aceita as decisões ou pula do barco (vendendo sua posição).
Mais um ponto, EI.
As empresas precisam realmente render acima da renda fixa. Mas falta falar do risco. O que muitos esquecem aí é que muitas delas quebram ou acabam tendo retornos inferiores à renda fixa.
Isso aí é chamado survivor bias. Pra cada investidor bem sucedido, vc vai ter vários que se deram mal. O ponto é que o bem sucedido vai pra capa da Exame e é idolatrado.
E os que se ferraram apenas ficaram em casa tomando esporro das esposas, kkkkkkkk
A questão é quem GARANTE que vc será o bem sucedido? rs
Então Dimarcinho, sem tentar despistar, quem seria o DONO da Petro? Rs
ExcluirPara mim esta é uma das discussões (dono x sócio) mais irrelevantes dos últimos tempos.
Excluirdimarcinho, concordo em partes com o "survivor bias", pois estamos falando de média e na média (ou nos indices) são capturadas as empresas mal sucedidas também. Vocês não está fazendo retrospectiva somente das sobreviventes.
Justamente pela média é que umas quebram e outras dão retornos tipo "tenbagger" pra citar Peter Lynch. Por isso o reforço da palavra "deveriam". Qual a solução? diversificação, que fará você se aproximar da média (não GARANTE nada, mas aumenta bastante a probabilidade)
Olá Dimarcinho,
ExcluirO estudo de Ken Fisher está no livro "O jeito Ken Fisher de investir".
No final das contas, você está querendo dizer o que? Que não vale a pena investir em ações? O ideal é investir na renda fixa? Que o investidor precisa trabalhar com garantias? Qua seria sua conclusão?
Abraços
ADP,
ExcluirVou adiantar a resposta do Dimarcinho:
Comprar ações de empresas boas a preço de banana. Ele está esperando uma liquidação igual a de 2008. Enquanto isso, ele vai perdendo o bonde e o tempo...
Em todo o caso, não entendo o comportamento bipolar dele. Se ele acha a RV o pior dos mundos e a RF o paraíso, que coloque todo o seu dinheiro na segunda e seja feliz.
Abraços.
AdP,
Excluirapenas quis colocar que este ponto tem um efeito psicológico aos mais incautos e inocentes. O cara compra alguns papéis da empresa e já se sente o dono dela? Não importa se os papeis caiam 50%, tudo bem, eu sou "dono" da Cielo. Pode parecer besteira, mas isso é uma das várias ilusões que podem afetar o pequeno investidor.
[]s!
Entendi, Dimarcinho. Continuo não concordando com sua definição de ser dono e nunca vi uma pessoa deixar de vender uma ação por se considerar dono dela. Já vi por outros motivos, mas não este que você falou. E sim, o dono de uma ação é um dos donos da empresa.
ExcluirNo fundo ainda não entendi o que você quis dizer. Não em relação a ser dono. Mas sim sobre o resto do que você disse sobre. Minha impressão foi que você concordou com o termo "deveriam", mas que não vale a pena por causa da renda fixa e por ações não serem ativos garantidos. Mas não sei ao certo. Você tem todo o direito de achar o que quiser e não estou dizendo que você está errado e eu estou certo. Só quero entender a conclusão.
Abraços
IL,
Excluirpor favor, não fale sobre o que vc ainda não entendeu.
[]s!
AdP,
Excluiro caso em questão não é sobre conclusão de determinado assunto e sim sobre definições. Muitos dos problemas que os investidores enfrentam se dão justamente ao fato de terem embasamentos teóricos básicos incorretos.
Vc escreveu:
"nunca vi uma pessoa deixar de vender uma ação por se considerar dono dela."
E quantas pessoas vc já viu comprarem por acharem que irão ser dono da mesma?
Pense como um FII: os cotistas são donos do prédio? Será que se o mercado ficar ruim, o cotista minoritário pode chegar lá e negociar um aluguel mais barato? Pode mandar vender o prédio, pois o VP dele está acima da cota e, com isso, ele salvaria um possível prejuízo?
Pode parecer besteira, mas esses detalhes são importantes.
Isso, por agora, pode não levar a conclusão nenhuma em específico, mas é importante que estes "pequenos" detalhes sejam bem sedimentados.
Na prática, ao comprarmos ações, nos tornamos sócios com direitos contidos no estatuto daquela empresa e que há perante a lei. E só.
Não podemos participar de decisão alguma. Não saberemos de nenhuma informação antecipadamente (somos os hyper-outsiders). A palavra dono sempre carrega a posse com ela e, junto a posse, a liberdade na capacidade decisória.
Enfim, basicamente é isso.
Sobre a questão da renda fixa/variável, como já mencionei e concordo: variável deveria render mais que a fixa. A questão não enxergada aí é que algumas rendem, outras não. E o investidor só ganhará dinheiro se escolher as certas.
[]s!
Dimarcinho, dicionário não é livro de Contabilidade. Gostaria que você apontasse na Lei das Sociedades por Ações ou em qualquer livro técnico essa definição de DONO que você tanto insiste em defender... rs
ExcluirAlém do mais, não o sócio majoritário não tem plenos poderes para dispor da empresa da maneira que lhe convier. Se assim o fosse, para que existiria a lei? Grande parte do arcabouço jurídico que rege o Direito empresarial serve justamente para reger a conduta dos sócios e a relação entre eles, protegendo o minoritário e punindo a gestão fraudulenta e irresponsável. Sabe o que é a teoria ultra vires societatis, Dimarcinho?
Além do mais, vale lembrar que existem ações com direito a voto. Então vamos encerrar esse assunto por aqui, nenhuma sociedade possui "dono" na forma como você colocou.
E como sempre, você fugiu da pergunta. Se lesse os livros até o final, talvez soubesse a resposta... rs
Dimarcinho,
ExcluirVocê não bate bem, não é possível, rs. Quem disse que eu quero participar da gestão das empresas que eu sou sócio? A vantagem de comprar ações é justamente beneficiar-se das empresas sem ter que trabalhar!
Trabalhar eu trabalho na minha empresa. Enfim, sinceramente, não consigo entender a sua visão. Você mete o pau na RV apenas porque deve estar com um prejuízo enorme simplesmente porque montou uma carteira de ações ruim.
É melhor ter humildade, assumir os erros, colocar uma pedra em cima do que aconteceu e tomar uma atitude. Caso você não faça isso, jamais evoluirá como investidor.
Abraços.
"protegendo o minoritário e punindo a gestão fraudulenta e irresponsável."
ExcluirMais uma do dicionário pra vc, Troll: http://www.dicio.com.br/inocencia/
Mas pelo menos vc pegou a ideia: "nenhuma sociedade possui "dono" na forma como você colocou."
E não, não sei o que é a teoria ultra vires societatis, mas ficaria feliz em aprender através de sua extrema sabedoria.
IL ---> novamente, falando coisa eu não faço ou penso. Desiste, por favor.
Ok, Dimarcinho. Bons investimentos.
ExcluirAbraços
"Dono" não é um conceito legal, e sim informal. Acho que esse debate ofuscou um pouco o cotejo entre RF e RV muito bem colocado pelo AdP. Li algo semelhante escrito pelo Warren Buffett, ao explicar porque não investia em ouro.
ExcluirAliás, parabéns, AdP!
dimarcinho pare de assistir império, porque ta afetando a tua inteligência!
ExcluirSeguindo.
ResponderExcluirDONO da empresa pode diluir os minoritários, se premiar com opções, usufruir dos jatinhos, almoços, jantares e viagens pagas pela empresa. Maquiar relatórios contábeis pra deixar o lucro pequenino e não ter de distribuir dividendos para aquela gentalha que comprou papéis da empresa no mercado. Divulgam balanços quando querem e como querem, até a super Petro faz isso. Erro comum, que eu cometi, foi me referenciar na literatura dos mercados desenvolvidos, protestantes de modo geral e com mais da metade da população guardando suas economias na bolsa. Somos um país com bolsa nanica facilmente manipulável e que tá distribuindo ferro adoidado na pessoa física faz um tempão. Ler Phischer, Buffett, Damodaran, legal, mas lá o governo respeita contratos e empresas não quebram por obras paradas por denúncia de corrupção, pelo menos não no ritmo de festa brasileiro.
ExcluirTudo isso que você disse (diluição de minoritários com opções sobre ações, jatinhos, almoços, viagens, etc) acontece também nos mercados desenvolvidos, talvez até mais do que aqui. Usufruto de recursos da empresa para benefício próprio não é necessariamente gozo de majoritário. Um administrador do alto escalão pode fazer isso sem ter nem ao menos uma ação da empresa.
ExcluirDiluição por causa de opções sobre ações não acontece às escondidas. Deve ser informado ao mercado, tendo um histórico sobre isso. O investidor investe numa empresa dessa porque quer. E eu prefiro que o investidor faça suas escolhas do que um órgão intervindo e controlando a vida do investidor.
Divulgam os balanços quando querem, mas tem data limite para isso. Se passar do prazo, paga multa, sem falar de outros problemas como por exemplo a dificuldade de se obter novos empréstimos e de captação recursos do mercado.
Lá fora, apesar de ser mais desenvolvido sim, não são flores. Há casos de golpes lá fora também.
Mas você tem todo o direito de pensar o que quiser da bolsa brasileira. Nossa renda fixa é atrativa e é uma alternativa. Tem também as BDR's.
Abraços
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirExcelente post, muito esclarecedor. Permita-me aqui fugir um pouco do assunto e fazer uma pergunta referente a seu estudo de PIBB11 já que aquela postagem é um pouco antiga. Tenho pensado em uma estrategia. E se periodicamente o investidor trocasse as ações do PIBB11 pelo mesmo valor de exposição no mercado por mini contratos futuros do IBOV e usasse o dinheiro para comprar títulos públicos federais deixando-os como garantia na BMF para essa operação? Assim ele receberia juros, digamos de uma LFT no período analisado potencializando o retorno do investimento. O que acha dessa operação?
ResponderExcluirMinicontrato não é minha praia. Conheço só um pouco do conceito deles, nunca colocando em prática. Vou ficar devendo essa.
ExcluirVocê conhece alguém que já colocou sua ideia em prática? Como foi sua performance?
Abraços
Infelizmente não conheço. Eu mesmo não a apliquei. Fiz trade de 2005 a 2011 mas parei quando precisei do dinheiro pra montar um negócio próprio. Estou voltando pra bolsa mas agora vou optar por estratégias passivas. Estudei a fundo um livro com um sistema chamado AIM de Robert Lichello e outro chamado Value Averaging do Edleson. São livros e sistemas que tentam dar uma certa dinâmica a estratégia de Buy & Hold. O AIM é mais arriscado e precisa de muita volatilidade pra funcionar bem. Fiz uma gambiarra com ele usando minicontratos pra aumentar a volatilidade mas o risco vai as alturas de modo que o descartei por enquanto. Uma análise BEM superficial seria acrescentar o retorno de uma LFT ao montante investido todo mês, isso daria uma visão geral mas faltaria credibilidade ao estudo. A ideia principal desta estratégia seria operar comprando BOVA11 e quando fosse possível trocar o montante por minicontratos, os juros do capital investido em renda fixa equivaleriam aos dividendos em ações. Acredito que o retorno seria o mesmo de uma boa pagadora de dividendos sem os riscos inerentes a operar empresas, já que teoricamente BOVA11 não pode "falir" e chegar a 0,00. Abraço.
Excluirmuito bom o post. Já vi por ae um gráfico comparativo que mostra, em mais de 100 anos, a valorização de investimentos diferentes. Ouro, moeda, titulos, ações. E como era de se esperar as ações são as campeãs. Vc deve saber desse gráfico que eu estou falando. Grande abraço, feliz 2015
ResponderExcluirOlá Sovina,
ExcluirSei sim que gráfico é este. É o gráfico de Jeremy Siegel no livro "Investindo em ações no longo prazo". Mas há controvérsias sobre esta questão. Não to lembrado quem são, mas há autores que contestam esta informação. Além disso, há aqueles que acreditam que isso não se aplicaria ao mercado brasileiro.
Abraços
Parabens pelo posto, mt bom. Sou novato nos investimentos e irei segui-lo para poder aprender.
ResponderExcluirTragam um troféu para esse troll, em uma palavra "mito".
Excluirkkkkkkkkkkkkkk
Vou respoder aqui embaixo pra não ficar confuso., Há um hiato duns quatrocentos anos entre as primeiras sociedades anônimas européias em comparação com as brasileiras. Portugal nos deu tradição cartorial com distribuição de sesmarias, cartórios e empregos públicos para sustentar a burocracia. Não há base de comparação entre os EUA que processam e põe na cadeia a turma da ENROM, o Madoff. Se no Brasil tem alguém preso por manipular o mercado favor avisem, não soube de nenhum.
ResponderExcluirGostei do artigo, muito esclarecedor.
ResponderExcluirParabéns pelo post. Ótimo colaboracao!!!
ResponderExcluirMas tenho uma pergunta sobre sua planilha: ela contabiliza as retiradas como prejuízo, correto? Isso não está errado do mesmo modo que computar o aporte como lucro está errado?
Obrigado. Abs!