Esta série de postagem dedica-se
a descrever um pouco sobre minha forma atual de investir. Na parte 3 desta
série, que pode ser acessada clicando AQUI, falei sobre empresas prestadoras de
serviços, minha preferência sobre produtos não cíclicos e sobre a importância
do baixo endividamento. Seguiremos então para a última parte desta série.
Quanto dinheiro sua empresa tem em caixa?
Aliado ao endividamento está o
caixa da empresa e suas aplicações financeiras (disponibilidades). Por isso,
quando se fala em endividamento, falamos em endividamento líquido. Observar que
uma M. Dias Branco possui 693 milhões de dívida bruta não é o bastante. Temos que
considerar que em seu último resultado (refere-se ao 3T16) ela reportou 817 milhões em caixa e
aplicações financeiras. Ao puxar sua calculadora científica, você poderá
constatar que subtraindo as disponibilidades de sua dívida bruta, ou seja, 693 – 817,
teremos uma dívida líquida de -124 milhões. Dívida negativa representa caixa
sobrando, em outras palavras, uma empresa virtualmente sem dívidas.
Na hora de analisar o valor de
mercado da empresa, normalmente realizo um ajuste somando seu valor de mercado
com sua dívida líquida. A M. Dias Branco possui um valor de mercado de 15,6 Bi,
mas ao somar sua dívida líquida, ajusto-o para 15,5 Bi. A diferença aqui é
pouco significante, mas há no mercado empresas cujo reajuste é considerável. Separei
algumas na lista abaixo:
Empresa
|
Valor de mercado
(VM)
|
Dívida
líquida
|
Reajuste
de VM
|
Grendene
|
6 Bi
|
-1,1 Bi
|
4,9 Bi
|
Queiroz Galvão
|
1,5 Bi
|
-0,7 Bi
|
0,8 Bi
|
Tekno
|
103 Mi
|
-36 Mi
|
67 Mi
|
Springer
|
38 Mi
|
-8 Mi
|
30 Mi
|
Monteiro Aranha
|
1,8 Bi
|
-0,3 Bi
|
1,5 Bi
|
Sondotécnica
|
46 Mi
|
-27 Mi
|
19 Mi
|
Grazziotin
|
381 Mi
|
-146 Mi
|
235 Mi
|
Ideias Net
|
71 Mi
|
-6,6 Mi
|
64,4 Mi
|
Multiplus
|
5,8 Bi
|
-1,2 Bi
|
4,6 Bi
|
Dohler
|
302 Mi
|
-57 Mi
|
245 Mi
|
Unicasa
|
182 Mi
|
-37 Mi
|
145 Mi
|
Ferbasa
|
949 Mi
|
-196 Mi
|
753 Mi
|
Situação apresentada em
27/02/2017
A ideia é mesma de comprar uma
padaria por 100 mil reais, sendo que no caixa dela tem 50 mil reais. Neste caso, um
reajuste é necessário. Quando analiso a Grendene, não considero que é uma
empresa de 6 Bilhões que lucra 600 milhões ao ano, mas sim uma empresa de 4,9
bilhões que lucra 600 mi. Essa diferença pode ser determinante na hora de se
escolher a empresa que entrará para minha carteira.
Não estou afirmando que é para
sair comprando “a torto e a direito” empresas que possuem dívida líquida
negativa. É apenas uma reavaliação necessária do seu valor de mercado. Claro
que é necessário fazer o dever de casa e investigar se a empresa não está
queimando caixa. Uns bons exemplos desse desastre foram várias empresas do Grupo X,
pré-operacionais promovidas pelo Eike Batista que tinham dívida líquida
negativa. Com a velocidade que queimavam caixa (péssima gestão e
extravagâncias), aliado ao fato de que suas operações não geravam dinheiro,
esta situação superavitária rapidamente foi revertida.
A dívida líquida também deve ser
somada quando a dívida líquida for positiva. Por mais que você goste do setor
de petróleo e da Petrobras, é preciso considerar que a empresa estaria em
situação melhor se tivesse uma dívida líquida de, digamos, 60 bilhões de
dólares, ao invés dos atuais 325 bilhões (valor referente a 3T16). Quando se soma com seu valor de
mercado de 198 Bi, temos seu valor de mercado reajustado para uma cifra um pouco
maior do que meio trilhão de reais. Este é um valor alto demais para se
investir, e o investidor precisa possuir fortes fatores positivos para colocar
dinheiro nisso. Pensando dessa forma, a dívida líquida, quando levada em
consideração, favorece ou penaliza as empresas de acordo com sua proporção.
Pequenas empresas, grandes negócios
Vamos adentrar no assunto de
valor de mercado. Influenciado por Peter Lynch, considerado uma lenda do
mercado americano, tenho preferência por empresas pequenas, ou seja, empresas
de baixa capitalização, conhecidas como small
caps ou mid caps. Gosto desse
tipo de empresa por acreditar que elas possuem maior possibilidade de
valorização do que gigantes como Bradesco, Vale e Cielo. Pegue por exemplo, uma BR
Foods, com um portfólio de mais de 30 marcas e abrangência em todo o território
nacional e em mais de 150 países. Claro que uma empresa dessas ainda pode
crescer, mas pense no esforço que ela precisa promover para quadruplicar seus 30
bilhões de VM para 120 bilhões, já que operacionalmente ela não está longe do teto.
Comparemos com a Excelsior, uma pequena empresa com alguns poucos produtos que
atua na região sul do Brasil e que lucra meros 7 milhões de reais. Para
multiplicar seu tamanho, basta ela explorar melhor seu local de atuação. Ela é
tão pequena que não precisa nem ao menos buscar outras regiões para vender seus
produtos. Claro que um movimento desse não é algo trivial nem banal, mas tenha
em vista que pelo menos há a clara possibilidade de a empresa expandir seu
tamanho. Com boa vontade administrativa e perspicácia, é bem possível imaginar
uma empresa desse porte aumentando seu tamanho em 20 vezes, o que faria dela
uma empresa de valor de mercado de 800 milhões. Lembre-se: o investidor ganha
dinheiro quando a empresa cresce, seja ela grande ou pequena. Excelsior, a
empresa do nosso exemplo, aumentada 20 vezes não chegaria a ser 10% do tamanho
da BR Foods. Por outro lado, como uma BR Foods aumentaria seu tamanho em 20
vezes, transformando seu valor de mercado para 600 bilhões?
É óbvio que uma BR Foods, por ser
uma empresa consolidada, representa um investimento muito mais seguro do que um
em uma small cap que produz salsichas
e empanados. Entretanto, para investidores mais jovens, com visão de longo
prazo e dispostos a tentar aproveitar um maior potencial da bolsa, creio que a
melhor forma é através da análise de empresas que possuem maior possibilidade
de multiplicação, ou seja, as empresas pequenas. Uma Ambev hoje é uma empresa
consolidada e um investimento seguro, mas quem investiu na antiga Brahma obteve
retornos fantásticos. Toda empresa gigante de hoje foi muito menor no passado.
Por isso, resumidamente acredito
que empresas menores possuem maiores possibilidades de ganho, apesar de mais
arriscadas, enquanto que empresas grandes são por si mesmas muito grande para
crescer, pelo menos de forma rápida, apesar de mais seguras.
Concentração da carteira
Gosto também de ter uma carteira
com poucas ações, apesar destas poucas representarem uma diversificação
setorial abrangente. Alguns investidores gostam de ter dezenas de ações na
carteira para mitigar o risco de uma possível queda. Entretanto, ao fazer isso,
o contrário também é verdadeiro: uma possível alta não é bem aproveitada. Como
a quantidade de empresas que de fato consegue proporcionar retornos em um curto
ou médio espaço de tempo é escassa, o investidor, se conseguir escolher uma
delas, terá em conjunto um monte de empresas ‘ok’ ou medíocres. O medo de
perder capital mitiga a possibilidade de ganhos. Soma-se isso o fato de muitos
investidores diversificarem em demasia a carteira mesmo com pouco capital. Já
vi investidores com carteiras de dezenas de empresas com um investimento de
menos de 1000 reais em cada. Neste caso, mesmo que tenha acertado uma empresa
que se decuplicará, o potencial ganho será engolido pelas outras empresas que
performaram de forma decepcionante. Quando me confronto com uma situação assim,
costumo desconfiar que esse investidor que atira para todo lado não analisou
apropriadamente as ações que compõem sua carteira e que ele não realiza
regularmente um acompanhamento de suas inúmeras empresas. Logo, a chance de ele
ter escolhido uma empresa vencedora é menor, enquanto que sua indecisão revela
que a chance de ele ter baseado sua carteira em notícias ou carteiras alheias é
maior.
Na outra ponta, minha forma de
investir consiste em formar uma carteira composta por poucas ações que passaram
por um crivo baseado nas preferências abordadas nesta série de postagens. Minha
seletividade acaba separando poucas empresas, que escolho na expectativa
de obter retornos respeitáveis. Caso uma delas se torne uma vencedora, a
carteira sentirá seu impacto positivo. Em relação aos riscos, tento mitigá-los
através da escolha de empresas pouco endividadas e lucrativas. Além disso,
escolher poucas ações também ajuda no processo de monitoramento e
acompanhamento. Entre concentração ou diversificação, prefiro manejar uma sniper a utilizar a metralhadora.
Entretanto, confesso que o
mercado brasileiro possui poucas empresas para se analisar. Logo, a adoção de
filtros acaba removendo uma gama de empresas da bolsa. Se tivéssemos em um
mercado com milhares de empresas na lista, é provável que eu teria uma carteira
mais diversificada em small caps.
Preferências x empresas escolhidas
Se vocês observarem algumas das
preferências relatadas nesta série de postagens, vão notar que cruzando-as com
as empresas que tenho atualmente ou que tive há pouco tempo, descobre-se que é
sempre necessário fazer concessões, pois nenhuma empresa se enquadra em todos
os quesitos:
(?) Não se aplica |
Se fosse levar em consideração todas as características adotadas nesta postagem, sem fazer exceções, não investiria em nenhuma empresa da bolsa.
Finalizando esta série, relato
que não pude explicar tudo que costumo observar na hora de investir. Um exemplo
é relacionado ao preço da ação, fator que considero na hora da
escolha. Também gosto de empresas com baixo Payout, que fazem produtos de
qualidade, que possuem alto crescimento de lucros, que recompram suas ações, que não dependem de pouquíssimos fornecedores ou clientes, dentre
outras questões que se descritas fariam esta série ficar mais longa.
De qualquer forma, espero ter sintetizado nesta postagem algumas ideiais que, apesar de simples, sinto falta na blogosfera. Ocasionalmente recebo mensagens ou emails de pessoas perguntando sobre como escolho ações. A resposta é que não há uma receita de bolo. Cada caso é um caso. Procure ler alguns livros, monte suas preferências e comece com pouco dinheiro. A partir daí, o tempo te dirá o que fazer.
É importante saber que, como de
praxe, relato que nenhuma das ações citadas nesta série de postagens trata-se
de indicação de compra/venda/manutenção das ações. É importante ressaltar
também que não sou dono da verdade e nunca afirmei que o que faço é o correto e
quem faz o contrário de mim está errado, muito menos dou garantias de que
minhas preferências possuem retorno certo. Se por exemplo você gosta de alta
diversificação ou de empresas de margem baixa, isto satisfaz as suas
necessidades e nunca te rechaçaria por isso. Da mesma forma, não utilizo beta ou termos/fórmulas similares para calcular o risco de uma ação por acreditar que esta abordagem possui
pouca utilidade prática. Mas respeito quem os utilize.
Espero que você tenha gostado de
série. Não se esqueça de compartilhar suas opiniões nos comentários abaixo.
excelente post, AdP!!!
ResponderExcluirentrei em ações tem pouco tempo... e essa estratégia é realmente muito boa.
Vc está na minha lista de blogs... se der p me add na sua, agradeço bastante!!!
abraço,
PD7
Olá P7, está add.
ExcluirAbraços
Excelente continuação, AdP!
ResponderExcluirLerei novamente.
Abs
Vlw, Mestre.
ExcluirAbraços
Cara, parabéns pelo post. Assim como vc gsoto de empresas com dívida negativa e liquidez corrente bem alta.
ResponderExcluirShow de bola o post.
Valeu, anon.
ExcluirAbraços
Caramba esse blog é demais. Isso sim é uma leitura enriquecedora.
ResponderExcluirAbraços mestre!
Obrigado, Einstein, pelas palavras.
ExcluirAbraços
AdP,
ResponderExcluirSensacional. É este tipo de post que faz falta e que enriquece a blogosfera. Sua abordagem é muito inteligente e promissora; os pontos que você analisa fazem todo o sentido para o investimento no longo prazo. Algumas considerações:
- Também adoto metodologia semelhante: gosto muito da abordagem do Peter Lynch, principalmente quando ele diz para visualizar vantagens competitivas no dia-a-dia, isto é: observando consumidores e se possível consumindo os produtos da empresa; olho com bastante atenção às margens, sempre comparando com pares no mesmo setor; baixo endividamento e forte caixa são quase que pré-requisitos dentro da minha carteira atual, apesar de considerar outras alternativas.
- Tenho predileção por indústrias, mas infelizmente somos muito carentes de fortes indústrias aqui no Brasil —isso sem nem mencionar especificamente indústrias de bens de capital, que é um segmento praticamente inexistente na bolsa. As que possuímos e têm qualidade (normalmente bens de consumo), normalmente esbarram em outros crivos e por fim minha carteira acaba por ter bem menos empresas industriais que eu gostaria.
- Quanto a diversificação, possuo exatamente o mesmo número de empresas que você, com uma concentração relativamente semelhante. Creio ser um número bem razoável, e acredito que o melhor risco/retorno esteja em algo entre 8-12 empresas, porém, é fato de que eu não investiria desta maneira caso tivesse R$ 1 milhão, o que quer dizer que com o tempo a balança tende a pesar muito mais para a atenuação do risco.
- Sou repetitivo quando falo de small caps, mas não há dúvidas quanto à sua superior expectativa de retorno (e, obviamente, seu risco). Também estou fortemente concentrado nelas, mas acho inteligente ter algo como 20-40% em blue chips. Não adianta, temos de considerar a possibilidade de estarmos errados e erigir barreiras contra nossa ignorância.
- Preço é um quesito muito importante em minha análise, e sempre digo que prefiro comprar boas empresas com uma alta margem de segurança que empresas excelentes próximas ou ligeiramente acima do valor intrínseco. Claro que nunca saberemos o valor intrínseco exato e muito menos o futuro, mas uma empresa com P/L médio baixo pode gerar retornos extraordinários caso apresente resultados apenas modestos, já as empresas com P/L médio alto obrigatoriamente tem de apresentar resultados fantásticos para gerar altos retornos ao investidor. Como acho mais fácil acertar retornos futuros apenas modestos, acabo descartando ótimas empresas.
Bom, me alonguei demais e ainda havia muito o que ser comentado, rs. É um assunto que gosto muito, mas paro por aqui. Novamente, seus posts foram de grande valia para a nossa comunidade. É este tipo de discussão que nos torna melhores como investidores.
Abraços!
Olá PM, onde é que assino embaixo?
ExcluirAbraços
AdP, onde posso encontrar small caps para estudar?
ResponderExcluirGrande abraço e parabéns pelas postagens!
Olá Jovem, veja aqui:
Excluirhttps://alemdapoupanca.blogspot.com.br/2017/01/respondendo-pergunta-encontrando.html
Abraços
Mais um excelente post. Nossa estratégia está mais ou menos alinhada, apesar de eu ainda estar no começo da RV. Qdo terminar minha carteira e perceber melhor o mercado, farei um post tb sobre a minha estratégia.
ResponderExcluirGrande abraço.
Faz sim, EP. Fico curioso sobre o que os colegas da blogosfera pensam a respeito.
ExcluirAbraços e sucesso
Prezado amigo blogueiro,
ResponderExcluirAchei que apenas uma edição em inglês iria deixar de receber muitas pessoas no Brasil que não conseguem ou não querem ler em inglês. Como eu disse por lá o foco é publicar em inglês, mas para não deixar muitas pessoas na mão e dependendo do Google Translate achei por bem deixar as cópias em português brasileiro também.
A cópia em português ficará no Blogger, com a url http://frugalsimples.blogspot.com.br Veja que na versão em português temos um “S” a mais para deixar a URL também em português.
As futuras atualizações do frugalsimple.net também estarão disponíveis em português via blogspot.com.br
A versão em português será um pouco mais enxuta e com menos fotos para otimizar para celular e conexões mais lentas e economizar dados do leitor, mas o conteúdo escrito será o mesmo. Sinta-se a vontade para comentar em qualquer um dos dois. Seu blog consta em ambos os blogrolls.
Se preferir fique a vontade para add o http://frugalsimples.blogspot.com.br no seu blogroll também.
Grande abraço!
Frugal.
Vou conferir lá.
ExcluirAbs
Legal adp!
ResponderExcluirVc divulga a sua carteira?
abraço!
Divulgo sim, mês a mês.. Veja o link abaixo:
Excluirhttp://alemdapoupanca.blogspot.com.br/search/label/Fechamento%20do%20m%C3%AAs
Abraços
Grande ADP. Ensinando o que é ser um investidor e não um franco atirador!
ResponderExcluirQue sirva de exemplo para muitos.
Agora, só faria uma observação quando a caixa: quando analiso, tento verificar mais o quanto esse caixa suporta o Passivo Circulante, porque se você começar a depender de muito capital de giro (existem motivos diversos), pouco importa se a empresa tem dívida líquida negativa. Mais importante saber o custo dessa dívida e seu custo de capital próprio.
Nobre Paitax,
ExcluirBoas observações.
Abraços
Bacana ADP .... eu costuma dar uma olhada no ebitda... mas faço uma análise mais qualitativa do que quantitativa ...
ResponderExcluirAbs,
Olá Rodolfo,
ExcluirNão olho ebitda mais por simplificação mesmo, rs.
Abraços e sucesso
Cara, essa séria de post foi sensacional. É uma pena que parece ter acabado. Quais livros você indicaria para avaliação de empresas? Gosto do tema. Abraço.
ResponderExcluirOlá Maestro,
ExcluirEu fiz um tempo uma postagem citando alguns livros:
http://alemdapoupanca.blogspot.com.br/2013/05/voce-pergunta-o-blog-responde-10.html
Abraços
AdP vc faz um trabalho excepcional!
ResponderExcluirGostaria que vc desse uma olhada com carinho na SEER3 (Ser Educacional), e se pudesse, opinasse sobre. Ela se encaixa em quase todos os seus requisitos.
Abraço
Olá Alex,
ExcluirRealmente SEER encaixa em todos meus critérios, mas não sei por que, não vou com a cara do setor educacional. Não tenho argumentos. É uma cisma minha. De repente dou uma olhada. Se ela não tiver relacionamento com o FIES ou coisas semelhantes do governo, posso até me tornar sócio.
Abraços
Entendo, é uma questão mais pessoal mesmo... O importante é vc se sentir confortável com a ação que vc tem né? Mas bem, vou citar alguns motivos pra ver se te toca o coração rs. O FIES é inevitável no setor educacional, as pessoas precisam de financiamento. Isso em todo mundo. Porém, 90% da Ser fica no Norte/Nordeste, região priorizada pelo governo.
Excluir- Saúde e educação são prioridade na vida das pessoas. Só através da educação a pessoa da base da pirâmide consegue ascensão social;
- Número de pessoas com nível superior muito baixo no Brasil (<20%), alto potencial de melhora;
- Empresa negociada a múltiplos muito baratos, seja qual for o método de valuation;
- Empresa "de família", José Janguiê com 70% das ações. O irmão dele, Jânyo, é o CEO;
- Margens acima da média do setor, a gestão financeira da empresa é muito boa (a Kroton hoje tem margens maiores, mas pq nela 50% dos alunos são EAD, que proporciona uma margem maior);
- EAD incipiente (<5% da base de alunos), alto potencial de crescimento;
- Alto crescimento orgânico. 30 novas unidades presenciais até 2020, 10 estreiam já no segundo semestre desse ano. 400 novos polos EAD em tramitação.
- Com Estácio e Kroton longe do mercado de aquisições, devido às restrições do Cade
Enfim, essas e várias outras coisas me atraem nela. É de longe a minha maior posição na carteira. Sigo as faculdades no facebook. Outra coisa que acho muito legal são os programas sociais que as faculdades possuem, esse engajamento com a sociedade. Um deles, por exemplo, chama praia sem barreiras. Nele eles levam cadeirantes, idosos, pessoas com mobilidade reduzida pra praia, pra ter um banho de mar assistido com alunos monitores de fisioterapia, educação física, enfermagem...
Isso é lindo demais. Proporciona um aprendizado prático e mais humanizado para os alunos, promove um bem-estar aos que mais necessitam e agregam valor a marca.
Foi mal o texto longo, mas me empolgo haha
Abraços
Muito interessante, Alex.
ExcluirÉ porque ultimamente tenho ojeriza desses tipos de benesses do governo. Por exemplo, gosto muito da MDIA, mas confesso que os benefícios fiscais que ela recebe me incomoda muito.
Entretanto, gostei de todas as questões levantadas por você. Prometo dar uma estudada e, quem sabe, será uma aquisição. Se fiz concessões com a Grazziotin, que está em um setor que não gosto, posso fazer pra essa também.
Abraços e sucesso
Olá ADP, comecei recentemente a investir em RV e tenho acompanhado seu blog de perto. Adotei o método de cotas para investir com minha esposa e isso têm me ajudado muito.
ResponderExcluirEm relação ao post, fiquei curioso em saber como você verifica se uma empresa faz recompra das ações e como vc avalia a o grau de dependência da empresa quanto a seus fornecedores e clientes.
Desde já gostaria de agradecer pelo excelente trabalho com o blog! São ações como estas que nos ajudam a sair da vidinha de poupança e quem sabe do caminho dos ratos...
Vlw!!!!!
Olá Noob,
ExcluirTem uma ferramenta da Bovespa chamada "Plantão de empresas" que mostra informações relevantes das empresas listadas. Ali você poderá acompanhar no final de cada dia, por exemplo, anuúncio de pagamento de proventos e recompras de ações. Mesmo assim, normalmente uma empresa com um RI decente deixa você cadastrar seu email para receber informações relevantes dela.
Sobre clientes e fornecedores, muita informação é encontrada nos ITR e DFP, que são documentos extensos, cansativos e sem graça, mas que mostram muita informação como por exemplo composição dos estoques, composição do ativo imobilizado, composição da dívida, fornecedores, clientes, remuneração da diretoria, dentre outras. Mas o pessoal costuma gostar dos releases, que são os documentos coloridinhos, com fotos de pessoas sorrindo, gráficos, mas que só possuem o resumo do que a empresa quer mostrar.
Abraços
Olá, pode me adicionar, pf?
ResponderExcluirhttps://disciplinafinanceira.wordpress.com/
Olá DF, seja bem vindo à blogosfera.
ExcluirEspero que não me entenda mal, mas devido a alta evasão dos blogs novos, costumo adicionar blogs com pelo menos 6 meses de vida e com pelo menos uma postagem por mês.
Abraços
Compreendo, quando alcançar os critérios falamos :)
Excluirabs
Parabéns pelo blog.
ResponderExcluirNão sou especialista, mas discordo do seu método de somar a dívida líquida ao valor de mercado. Para dizer a verdade, não entendi direito quando você faz isso? Para o cálculo do PL, por exemplo?
Veja o caso da Grendene. O resultado financeiro faz parde do lucro. E esse dinheiro vem das aplicações.
A definição do preço de uma ação deve levar em conta a expectativa de geração de dinheiro no futuro. Se a empresa distribuir o caixa, vai gerar um resultado financeiro menor no futuro.
Para mim o que faz mais sentido é análise por fluxo de caixa descontado. Porém é difícil estivar todas as variáveis.
Claro que para o crivo de qualidade dívida é importantíssimo. Entre outras coisas.
Abraço
Série de posts sensacional, ótima contribuição à comunidade. Seria muito interessante também aprender os critérios de autores de outros blogs.
ResponderExcluirAbusando bastante: se algum dia tiver inspirado, sugiro (peço) um post (nessa série ou não) sobre sua forma de achar o "preço justo" de compra de determinada ação. Ou seja, o passo seguinte após a identificação da boa empresa (como mencionado no primeiro post da série). Certamente não há uma fórmula objetiva e fechada, mas compreender um pouco mais sobre sua forma de fixar um preço target de compra seria muito legal.
Abraço
AdP
ResponderExcluirRapaz, sensacional sua série!
Mais uma vez, estou aprendendo muito com você.
Será que seria muito abuso pedir para você fazer uma séria desta magnitude, mas com FIIs?
Tem pouca coisa sobre como escolher e analisar um FII na blogosfera.